segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A criação do Museu do Parto

Profª. Silvia B. Hyppolito entrevista o Prof. Pedro Eymar B. Costa, 
Diretor do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Inauguração do Centro de Convenções de Beberibe durante a 3ª Conferência Municipal de Saúde 03/12/93

Discurso de Antero Coelho Neto em homenagem a Galba Araújo


Senhoras e Senhores:

Estamos aqui reunidos  para inaugurar esta obra magnífica, para realizar a 3ª Conferência Municipal de Saúde, para consolidar a proposta do Plano Municipal de Saúde, para buscar os caminhos da melhoria das condições de saúde e da vida no  Município  e também dizer para todos: "Beberibe te amo". E se tudo isso fôra pouco, ainda estamos entregando prêmios a diferentes homenageados e enaltecendo uma das figuras maiores da Medicina cearense e do país, com prestígio internacional na área da saúde materno-infantil, o Professor Galba  de Araújo.
           E sobre esta última homenagem é que me farei o responsável.
     Tarefa muito fácil e extremamente grata para mim. Quis o destino que eu e Galba  nos encontrássemos várias vezes durante a nossa vida com laços de parentesco, afetividade, amizade, cooperação e convivência.
     Assim, creio ser conhecedor suficiente da personalidade e dos atos deste ilustre médico social, para que os seus mais importantes predicados e realizações sejam destacados, neste momento tão importante para todos os que conheceram  e foram amigos de Galba Araújo.
     Dotado de uma extraordinária força interna e determinação de realizar coisas modernas, inovadoras, diferentes e até contestadoras na medicina, ao regressar em 1945,  após um período longo de residência  e aperfeiçoamento em obstetrícia nos Estados Unidos, logo depois de sua formatura na Faculdade de Medicina da Bahia, passou a assumir uma posição de liderança em Fortaleza, justamente por essas suas qualidades. Nessa  época estimulavam-lhe os avanços tecnológicos, a medicina mais avançada, o parto mais técnico e científico, a clínica do mais inovador e a dor mais perfeitamente sedada farmacologicamente.
     Foi rápido e veloz no seu progresso como profissional trabalhador e muito capaz. Muito cedo transformou-se em um dos maiores obstetras da Capital e seu trabalho passou a ser conhecido em todo o país. A implantação do parto sem dor foi um grande êxito  e suas demonstrações técnicas e científicas lhe asseguraram rapidamente um papel importante na obstetrícia nacional.
     Como uma de suas características pessoais mais significativas ressalto o seu estilo de vida esportivo, sadio e extremamente vinculado com a natureza. Como um famoso pescador e caçador, verdadeiro descendente de índio que era, encontrava como  passatempo predileto as viagens pelos interiores do Estado e do país, ocasiões em que estava sempre em contato com o povo pobre e necessitado. São deliciosas   as histórias que contava de suas andanças e experiências com os caboclos, suas mulheres e seus partos.
     Sua origem em uma estável e honrada família, sua descendência e sua formação, explicam, em parte, toda a sua personalidade de luta pela vida de uma maneira destemida e vigorosa. Galba não tinha medo de nada, pelo menos não das coisas que nós costumamos sentir.
     Mas parecia que algo lhe faltava na sua vida profissional, apesar do sucesso econômico e grande repercussão no meio médico como um grande obstetra.
     Foi quando, em 1975, então diretor da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) e professor de obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, verificou  que um grande número de parturientes do interior do Estado procurava a Maternidade para tratamento obstétrico, acompanhadas por parteiras empíricas ou tradicionais. Também comprovou  que elas se mostravam muito preocupadas e interessadas por suas amigas, demonstrando um verdadeiro mecanismo psicológico de dependência e de relacionamento parteira-parturiente. E mais do que isso, comprovou a excepcional atitude de honestidade, interesse e dedicação, sem buscar vantagens financeiras e somente parecendo cumprir com as determinações sociais da comunidade ou, algumas vezes, desígnios superiores.
     Preocupou-se então quando evidenciou que a maioria das mulheres que eram trazidas pelas parteiras, também chamadas de curiosas, apresentavam complicações obstétricas agravadas  pela demora no deslocamento por falta de transporte ou pela inexistência de meios técnicos para uma assistência a nível local.
     Não sei como o problema evoluiu na sua mente e também não sei como o processo de verdadeira "desdiferenciação" científica se processou. Como o seu "eu" tecnológico, científico e produto de uma sofisticação adquirida em grande centro médico americano, acrescida de sua condição como professor catedrático de uma Universidade e médico famoso das granfinas da Capital, converteu-se em um médico do social, da comunidade desamparada, do pobre do interior, da medicina alternativa, do  procedimento completamente adequado e tudo o mais que gerou-se a partir de então.
     Não sei como o "bruxo" ou "feiticeiro"  que existe dentro de cada um de nós, e muito mais dentro do Galba, apareceu e explodiu.
     De repente, o homem-ciência conseguiu conviver com o homem-feiticeiro de uma maneira , nem sempre harmônica, mas muito produtiva.
     E todo um enorme programa de atenção ao parto, uso adequado da tecnologia, estímulo aos medicamentos caseiros e respeito às tradições locais e manifestações religiosas, foi idealizado por ele  e desenvolvido com a ajuda dos outros aprendizes de feiticeiros que acorreram em busca de algo que não sabiam muito bem o que era, no princípio da coisa.
     E já em 1975 criava o famoso programa Materno-Infantil com treinamento de parteiras empíricas, com o parto normal domiciliar e identificação das gestantes de alto risco, através de um trabalhoso e difícil mecanismo de convencimento ao público, aos políticos, autoridades  e, principalmente, a classe médica.
    Rapidamente começou a agir, a lutar e a tentar convencer a muitos, de suas verdades(?), de seus princípios e de suas intenções.  Guaiuba e Lagoa-Redonda ficaram famosas pelos excepcionais êxitos alcançados no início de suas atividades.
     O sucesso do programa espalhou-se e autoridades e líderes locais de diferentes comunidades carentes passaram a procurar Galba no sentido de que fossem incorporados e, ao longo do tempo, dezenas de pequenas maternidades  casas-de-parto, foram instaladas em consórcio com as comunidades e prefeituras locais. Centenas de parteiras empíricas foram então treinadas e capacitadas para o atendimento ao parto normal em casa. Era muito mais um treinamento no que elas "não deveriam fazer" do que propriamente "no que fazer", uma vez que quase todas já desempenhavam suas atividades desde há muitos anos e já sabiam a arte e, mais importante, tinham o tempo, o carinho, a dedicação e amizade que, muitos de nós médicos já não dispomos mais para com os nossos pacientes.
     E muita coisa mais o Galba desenvolveu no seu programa, indo desde a sua famosa mesa de parto para as parturientes realizarem os seus partos na posição sentada, à divulgação do chamado parto na  residência e utilizando bancos de parto, conhecidos em toda uma parte de nosso interior mais primitivo, o desenvolvimento dos curandeiros e rezadores como agentes de saúde e a mobilização dos diferentes agentes de saúde das várias comunidades. Esta última estratégia serviu de modelo para o atual programa do Governo do Ceará que alcançou enorme êxito e reconhecimento mundial.
     Em 1980 passa a chamar o Programa de PAPS (Programa de Atenção Primária de Saúde), consegue o extraordinário financiamento da Fundação Kellogg, podendo então estender as diferentes atividades para outras áreas. Foi quando eu passei a conviver e a ajudar o Galba em suas idéias, na coordenação do programa e nas suas ambições de maior comunicar e divulgar o programa. E como eu, nessa época, era consultor da Fundação Kellogg para o Brasil conseguimos realizar todo o desenvolvimento que Galba imaginava para o Programa de uma maneira lenta, eficiente e constante..
    Depois, mudaram-se as siglas do programa para PROAIS (Programa de Ações Integradas de Saúde), e outras estratégias foram incorporadas com repercussão internacional, até o ano de 1984 , quando, inesperadamente o grande lutador falece.
     Posteriormente o Programa continua nas mãos de seus assistentes e seguidores já com outra sigla, ainda com muita garra e empenho, e com o financiamento da Kellogg, até este ano quando parece que também acompanha o seu criador, desaparecendo. E a velha história se repete, quando os criadores  se ausentam de suas criações, como também tenho presenciado muitas vezes em minha própria vida de criador de organizações. Mas nós dois, nisso tenho a certeza de ter a aprovação de Galba para dizer aqui, sabemos  muito bem da verdade que há naquela frase de Heminngway quando disse que "o homem não foi feito para ser vencido, ele pode ser destruído, mas jamais vencido". Destruído Galba  teria sido, mas não vencido.
     O que Galba fez por esta querida Beberibe são vocês que tem de ressaltar e eu creio que esta solenidade e reverência à sua pessoa é uma demonstração do carinho e do agradecimento que vocês demonstram por ele. Em nome de sua família e no meu próprio quero agradecer esta ocorrência. Sei o quanto ele estaria contente se aqui estivesse com vocês todos.
     Mas eu seria injusto, pecaria no mínimo por esquecimento, se não deixasse aqui a minha palavra de engrandecimento e reconhecimento sobre a participação ativa e constante na vida e nas ações desenvolvidas por Galba, de sua esposa Lorena, talvez uma cearense maior do que muitas outras que existem, e que sempre ajudou e estimulou todos esses sonhos e realidades de seu querido marido médico-feiticeiro.
     E menos ainda, seria insuficiente se não ressaltasse para  vocês, como de essencial importância, o papel desempenhado pela equipe que Galba conseguiu organizar e que, com uma força extraordinária tentou, lutou, sofreu e realizou durante e após a sua vida.
    E para finalizar, em meu nome e de todos os que trabalham na medicina social, aproveitando esta feliz oportunidade, quero deixar a minha gratidão pelo momento que tenho de reconhecer o trabalho de um inovador, de um líder e de um simples agente da saúde, José Galba de Araújo.



         Antero Coelho Neto,


· Em 3.12.93, por ocasião da Inauguração do Centro de Convenções de Beberibe durante a 3ª. Conferência Municipal de Saúde.
           

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Depoimentos de ontem e de hoje

    Entrevistas


JOÃO GUALBERTO OLIVEIRA
(funcionário aposentado da Maternidade Escola Assis Chateaubriand)




CARLOS AUGUSTO ALENCAR
(Diretor Assistente e Vice-Diretor da época Dr. Galba)



CARLOS AUGUSTO ALENCAR JÚNIOR
(Gerente de Atenção à Saúde - MEAC/UFC/EBSERH)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Parto e nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais

O Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais e Experiências Exemplares.




Esta publicação apresenta um relato histórico do Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais do Ministério da Saúde e faz o resgate de algumas experiências exemplares de trabalho com parteiras tradicionais desenvolvidas por instituições públicas e/ou organizações da sociedade civil. 



"No Ceará, a partir de 1975, o professor Galba de Araújo implementou em áreas periurbanas e rurais o Programa de Atenção Primária de Saúde (Paps), resultante de esforços integrados da Universidade Federal do Ceará, da Secretaria de Saúde do Estado, da Fundação Kellogg e do extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – Inamps. Tal Programa fundamentava-se no aproveitamento dos recursos humanos da comunidade, onde a parteira era componente ativo e de grande importância." p. 22

Manual de capacitaçäo de parteiras tradicionais / Handbook for drilling of traditional midwives
Araújo, José Galba; Hypólito, Silvia Bomfim; Nogueira, Marília Pereira.
s.l; Universidade Federal do Ceará. Maternidade Escola Assis Chateaubriand; 1984. 66 p. ilus.
Monografia em Português | LILACS | 1984 | ID: lil-41365
Resumo: Manual de treinamento para parteiras tradicionais captadas para atuarem no Programa de Atençäo Primária de Saúde (PAPS) em zonas rurais do estado do Ceará visando o aproveitamento de recursos humanos encontradas nas comunidades
Assuntos: Manuais Parteira Leiga Complicações do Trabalho de Parto Cuidado Pré-Natal Cuidado Pós-Natal Lactação Parto

Clique aqui para acessar a publicação completa em PDF.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Documentário Parir e Nascer (em espanhol)

Documentário sobre o processo fisiológico do nascimento

De Karin Berguammer, em colaboração com a clínica da mulher da Universidade de Viena (departamento de perinatologia e ginecologia).*


Parte 1


Parte 2

(*) Contém restrição de idade (+18), de acordo com as normas do You Tube.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Maternidade-escola da UFC se torna referência em boas práticas de atendimento

Ministério da Saúde concede à unidade o primeiro título de Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Atenção Obstétrica e Neonatal do País.




Em dezembro deste ano, a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac) completa 53 anos de fundação. Conhecida pelas boas práticas de atendimento a mães e recém-nascidos, a unidade de saúde – vinculada à Universidade Federal do Ceará (UFC) – tornou-se um exemplo a ser seguido por outros estabelecimentos de saúde do Nordeste e do Brasil.
A prova disso é que o Ministério da Saúde concedeu à unidade o primeiro título de Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Atenção Obstétrica e Neonatal do País. Isso significa que os projetos e as ações do hospital podem ser adotados em outros hospitais.
A maternidade-escola é referência no Ceará em gestação de alto risco. Outras atividades que se destacam entre as boas práticas do hospital são a visitação de avós e irmãos aos bebês internados na UTI neonatal e a utilização de métodos não medicamentosos para alívio da dor durante o trabalho de parto, como alongamentos e massagens.


Parto Humanizado

Com um centro de parto normal que conta com dez salas individuais, onde a gestante pode escolher quem vai acompanhá-la do início até o fim do parto, a paciente usufrui também dos serviços de uma acompanhante leiga, as chamadas “doulas”, que prestam auxílio psicológico e social à gestante.






O título de Centro de Apoio é um reconhecimento adotado pelo Ministério da Saúde para fazer com que determinados hospitais se tornem multiplicadores de boas práticas no atendimento obstétrico e neonatal. Até então, a única unidade considerada matriciadora dessas boas práticas era o Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte (MG).
Para obter o título, a maternidade-escola da UFC passou por rigorosa avaliação que durou três anos. Ao tornar o hospital o primeiro Centro de Apoio, o ministério segue com o planejamento de conceder esse reconhecimento a outras unidades – pelo menos uma por região.
A partir desse reconhecimento, há também uma expectativa de que a população procure mais a maternidade, que funciona integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


Fotos: Reprodução.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Fundamentação para a criação oficial do Museu do Parto: um tributo a Galba Araújo, como instituição da Universidade Federal do Ceará

Local para aulas práticas de: Obstetrícia – Medicina- UFC - Fisioterapia – Christus.
Visitação sistemática – Acompanhantes e Visitantes das clientes da MEAC.
Alunos do Ensino Médio e Superior das várias Universidades.
Ponto de intersecção entre duas culturas em relação à assistência ao Parto:
Práticas obstétricas empíricas da zona rural e assistência hospitalar ao parto.
Marco de intercâmbio entre os dois saberes.

Publicações geradas a partir do tema principal do Museu
- Tese de Mestrado “Assistência Médica ao Parto Normal – Estudo comparativo do parto assistido na posição vertical e horizontal” 
Bomfim-Hyppólito, Silvia. Influence of the position of the mother at delivery over some maternal and neonaltal  outcomes. Author.International Journal of  Gynecology & Obstetrics dec.1998.v.63 (Suppl.no.1)Guest Editors: Anibal Faúndes,   .G.Cecatti.pp.S67-S73.
- Araujo, José Galba. Minha experiência com as parteiras e rezadeiras do Ceará.Contact – caderno promovendo a saúde comunitária, Editado ela Comissão Médica Cristã do Conselho Mundial das Igrejas. Genebra. Exemplar 28 de fevereiro de 1983.pp 3-14.
- Bomfim-Hypólito, Silvia."A Tricotomia Pubiana é Necessária ?", Revista FEMINA, Vol.09 - N 02, fevereiro de 1981. p.95-98.
- Bomfim-Hyppólito et al, Manual de Capacitacao de Parteiras Tradicio­nais Co-Autora
Editado pela Maternidade Escola Assis Chateaubriand e Centro de Cien­cias da Saude da Universidade Federal do Ceara -UFC­.Imprensa Universitária da UFC - 1984.m p.66
- Bomfim-Hyppólito et al, Consultation on Approaches for Policy Develop­ment for Traditional Health Practioners, including Traditional Birth Attendants, Co-autora, Publicado pela World Health Associa­tion NUR/TRM/85.1. English only New Delhi, India, fevereiro de 1985.
- Bomfim-Hyppólito et al, "Delegated Health Activity in Rural Areas" an Experience in North Brazil.High Risk Mother and Newborns, Detection, Management and Prevention. Procee­dings: Second International  Congress for Maternal and Neonatal Health,    1987. Edited by Abdel R.Omran,Je­an Martin and Behir Hamza, Suiça.Chapter 8.5- p.325-339.
- Bomfim-Hyppólito et al, PROAIS - Programa de Ações Integradas de  Saúde - suas 
raízes e sua história..., como  colabora­dora, publicação editada pela       Universidade Federal do Ceará, Pró-reitoria de   Extensão, Fortaleza, 1988, p.50.
- Bomfim-Hyppólito et al, Alternative Model for Low Risk Obstetric Carein Third World Rural and Peri-Urban Areas - Works­hop on Obstetric and Mater­nity Care - Singa­pore, Interna­tional Jour­nal of Gyneco­logy& Obste­tric, Suplement, Volume 38, Setem­bro de 1991.p.S63-S66.
- Bomfim-Hyppólito et al, Integration of TBAs in Rural Maternity Services in Brazil(pp.70) - Maternal and   Infant Mortality -Closing the Gap between Perinatal Health Services –Proceedings:Fourth Interna­tio­nal Congress for Maternal and Neonatal Health 1991,Bandung,Indonesia.   Edited by Elton Kessel,Gulardi H.Wiknjosastro, Anna Alisjahba­na.p.70-
- Bomfim-Hyppólito, et al. Manual para Treinamento de Parteiras e Agentes Comunitários em Saúde Reprodutiva, editado    pela Universi­dade Federal do Ceará, Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e Johns Hopkins   Program for Interna­tional Education in Reproductive Health, em Fortaleza, 1995,   p.115.
- Support to Traditional Birth Attendants, Evaluation Report, United Nations Population Fund (UNFPA)Number 12-co-author of the Latin American and Caribbean 
evaluation report.Authors:Silvia Bomfim Hyppólito, Juan Ortiz-Iruri,RoseSchneider,PatriciaGuzman,p.41.1997.
- Bomfim-Hyppólito et al.Artigo na Revista Femina. N. 3 volume 29 de   abril de 2001,da Federação Brasileira de   Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO,                 intitulado “Por que o prêmio Galba Araújo?” 
- Bomfim-Hyppólito et al, Catálogo da I Mostra do Museu  do Parto da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, Universidade Federal do Ceará – “O parto em diversas épocas elocalidades.Edição da UFC, Meac, Laboratórios Schering, Organon e A Fórmula.  2003, 23 p.
- Fundação W.K.Kellog. Da visão ao impacto inovador. Capítulo XI. Acendendo a chama da mudança na América Latina e no Caribe. Library of Congress catalog card number 2005924333. Printed in the United States. Published april 2005.ISBN 0-9716520-4-X.pp 231-235.

Prêmio Nacional José Galba Araujo

Atividade de Extensão
Projeto Museu do Parto: Um tributo a Galba Araujo, aprovado no Departamento de Saúde Materno-Infantil e cadastrado sob n. QH.00.2004.PG.0959  na Pro-reitoria de Extensão da UFC

Criação do Centro de Parto Humanizado da MEAC-UFC

INTRODUÇÃO
O Parto Humanizado consiste na assistência obstétrica baseada em evidências científicas no qual há parceria e respeito entre dois sujeitos, o assistente e parturiente. É quando o parto é considerado como um fenômeno fisiológico, e não médico, e conduzido, principalmente, pela mulher que segue seus instintos e necessidades e tem liberdade de movimento e expressão. O Parto Humanizado põe a mulher no centro e no controle1. Para sua realização, necessita-se de um profissional humanizado, médico ou enfermeiro obstetra, que esteja atualizado cientificamente, dê liberdade de escolha e ação à mulher, respeite suas necessidades e que não faça intervenções cirúrgicas desnecessárias. Entretanto estas práticas não eram realizadas com freqüência. Em torno deste consenso de que a assistência obstétrica precisava melhorar em todos os aspectos (acesso, acolhimento, qualidade, resolutividade), a questão era a discussão de uma atenção baseada em princípios tecnocráticos versus o paradigma da assistência humanizada. O médico que pratica o Parto Humanizado deverá ter a vocação do parteiro, não atrapalhar o processo da parturição, já que qualquer intervenção desnecessária iria complicá-lo e não melhorá-lo; terá competência e prontidão para agir, quando for necessário, permitindo que o parto seja um evento natural, conduzido pela mulher, com a participação de seus acompanhantes.
A interferência da tecnologia médica, no processo de parto, contudo, é associada ao poder econômico e pressupõe que um parto seguro é aquele feito no hospital provido de alta tecnologia.  A assistência à maternidade ocidentalizada, medicalizada e de alta tecnologia geralmente desumaniza e leva a intervenções obstétricas desnecessárias, caras, perigosas e invasivas.

Projeto Museu do Parto

Universidade Federal do Ceará – Faculdade de Medicina
Projeto Museu do Parto: Um Tributo ao Professor Galba Araújo
Proposta de Atividade
Autora: Silvia Bomfim Hyppolito

Introdução

O ato de parir tornou-se institucionalizado, de modo mais significativo, por volta do século XX, com avanços nos campos da cirurgia, assepsia, anestesia, hemoterapia e antibioticoterapia. O domínio de novas técnicas aumentou as possibilidades de intervenção, ficando a cesariana a “melhor” opção de resolução da gestação. Desde então, tem-se aprimorado práticas para iniciar, acelerar, adequar ou monitorizar o processo fisiológico do trabalho de parto, o que tende a transformá-lo em um procedimento médico/cirúrgico que diminui a oportunidade das gestantes de vivenciar plenamente o momento do nascimento de seu filho e propicia a prática de intervenções desnecessárias. Assim, a parturição passou a ser visto como ato patológico, para o qual é privilegiada a técnica medicalizada e despersonalizada, prejudicando o estímulo e apoio à parturiente.
Para defender tal caráter fisiológico, surgiu o processo de humanização do parto, que faz referência a um conjunto de condutas que objetiva promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. O parto humanizado defende um acompanhamento com um mínimo de intervenção, porém com condições estruturais para identificação e prevenção precoce de complicações e situações de risco, permitindo atuação imediata, adequada e eficaz.
Com a finalidade de tranqüilizar a gestante e proporcionar maior bem-estar à mulher e ao neonato, são praticadas algumas estratégias, como alojamento conjunto, incentivo ao aleitamento materno ainda em sala de parto, presença de familiares ou acompanhante nas salas de pré-parto, maior privacidade durante o trabalho de parto, a escolha do tipo de parto e a liberdade de posição. Certos procedimentos, dentre eles enemas, tricotomias, amniotomia e abolição do uso de rotina da episiotomia e da indução do parto, são desencorajados por provocar desconforto e não apresentar maiores benefícios.
Diante do exposto, percebe-se a grande importância do incentivo ao processo de humanização, assim como da difusão de informações sobre parto humanizado às gestantes, a fim de que sejam cumpridos seus direitos.
O Projeto Museu do Parto – Um Tributo ao Professor Galba Araújo vem desenvolvendo desde 2002 atividades de preservação, documentação, pesquisa, exposição e ação educativa a fim de preservar e comunicar à sociedade cearense, em especial, ao público da área médica todos os procedimentos e técnicas do parto, bem como os equipamentos e aparatos utilizados. Além disso, no referido museu são oferecidos vídeos e folders contendo demonstrações de técnicas de parto humanizado e informações sobre o trabalho desenvolvido pelo Professor Galba Araújo. O Museu do parto está aberto à visitação púbica por bolsista, que o faz semanalmente.

Proposta

Pretende-se desenvolver uma exposição fotográfica, retratando imagens de mães com seus filhos recém-nascidos que foram atendidos na Maternidade Escola Assis Chateubriand. Essa exposição será apresentada no Museu do Parto, com objetivo de apresentar aos visitantes, funcionários da maternidade e pacientes a vivência do parto humanizado, mostrando fotos do primeiro contato entre mãe e filho. Durante a exposição, será esclarecido aos visitantes o funcionamento das salas de parto humanizado da MEAC, como tambem os instrumentos e aparatos utilizados.

Métodos

Serão expostas, no Museu do Parto, fotografias de mães e seus filhos nas enfermarias da MEAC, além de fotografias das salas de parto humanizado. Para aquisição das fotos, as mães assinarão Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, permitindo a sua participação na Exposição. Pretende-se realizar a Exposição fotográfica do Museu do Parto nos dias 29 e 30 de novembro de 2010 das 12h às 14h.


Referências

OLIVEIRA, Zuleyce Maria Lessa Pacheco de; MADEIRA, Anézia Moreira Faria. Vivenciando o parto humanizado: um estudo fenomenológico sob a ótica de adolescentes. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2002, vol.36, n.2, pp. 133-140. ISSN 0080-6234.

DINIZ, Carmen Simone Grilo. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2005, vol.10, n.3, pp. 627-637. ISSN 1413-8123.

CASTRO, Jamile Claro de; CLAPIS, Maria José. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2005, vol.13, n.6, pp. 960-967. ISSN 0104-1169.

Mãe é mãe

Mãe em todas as cores

Vídeo com slide de fotos


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Exposição: O parto através do tempo

Entrevista em vídeo de Aline Medeiros. Historiadora e Autora da Exposição O Parto Através dos Tempos.



sexta-feira, 26 de agosto de 2016

[Curiosidade] A lenda de Papisa Joana e sua ligação com a sede gestatória

(Deve-se frisar que não se sabe a veracidades destes fatos, portando essa história é tida como lenda.)



Papisa Joana
Nascida no século IX na Europa, Joana era extremamente culta, apesar das mulheres serem proibidas de estudar naquela época. Para fugir dessa proibição, Joana teria se apresentado na Igreja como homem, sendo aceita, então, como monge. Surpreendendo a todos com sua sabedoria, Joana chegou ao papado, alguns anos depois com o nome de João VII. De acordo com a lenda, Joana se apaixonou por um oficial da guarda, de quem acabou engravidando. Pelas largas vestes papais, não foi difícil esconder a gestação. Contudo, durante uma lotada procissão da Igreja em uma rua estreita da cidade, Joana foi acometida pelas dores do parto e acabou tendo o bebê ali mesmo, diante de várias pessoas, causando espanto e indignação. Posterior a este fato, a cadeira gestatória teria sido usada para determinar se o Papa era verdadeiramente homem. O evento começa com a eleição para o papado (verdade ou mito?) de Papisa Joana (John VIII), que usava roupas masculinas. Desde então, a cadeira foi usada para controlar os papas eleitos; portanto, foi adaptada a "cadeira Stercoraria" para que através da abertura na moldura fosse possível verificar o sexo, para confirmar se o papa era verdadeiramente homem. A cadeira foi abolida por Léo X.
Sede papal conhecida como "Cadeira Stercoraria",
que se encontra no Museu do Vaticano.

[A história tida como verdadeira da sede gestatória] A Sedia Gestatória (do latim sedes gestatória; "cadeira para transporte", "liteira") é um trono portátil usado para se carregar os Papas. Muitas vezes fala-se em italiano: sedia gestatória. Este trono consiste em uma cadeira de braços, ricamente adornada, coberta de seda vermelha e ornatos de ouro (as cores de Roma), com o brasão do papa reinante, apoiada num supedâneo, com dois anéis dourados de cada lado por onde passam duas varas. A sede gestatória foi usada principalmente para carregar os Papas, por aproximadamente um milênio, em cerimônias solenes na Basílica de São João de Latrão e na Basílica de São Pedro no Vaticano.O último papa a usá-la foi o Papa João Paulo I, por ocasião do início de seu pontificado, para que a multidão pudesse vê-lo melhor, embora posteriormente tivesse abandonado seu uso, deixando aos seus sucessores o direito de decidir ou não a sua reintrodução (tal como com o uso ou não da Tiara papal). Nos últimos anos de reinado de João Paulo II e devido ao crescente declínio da sua saúde, foi usada uma plataforma sobre rodas para transportar este Papa. Muito recentemente, ao ser consultado por membros da Corte Pontifícia sobre uma possível reintrodução da Sedia Gestatória, o Papa Bento XVI revelou não ser sua intenção voltar a usá-la, enquanto tiver saúde para caminhar. A Sede Gestatória é atualmente substituída pelo "Papamóvel".

Sedia gestatória do Papa Pio VII, em 
exposição no Palácio de Versailles.

Livros: Programa de ações integradas de saúde da UFC e Programa de atenção primária em saúde


Link para baixar direto do google driver. O pdf está deitado, porém poderá ser girado no próprio adobe. 


          



Programa de ações integradas de saúde da Universidade Federal do Ceará.  (PROAIS/UFC)

Projeto elaborado por: José Galba Araújo, Antero Coelho Neto e José Málbio Oliveira Rolim.

Fortaleza-Ceará-1985.  Clique aqui para visualizar e/ou baixar.

Programa de atenção primária de saúde.

Projeto elaborado por: José Galba Araújo e Antero Coelho Neto

Fortaleza-Ceará-1981. Clique aqui para visualizar e/ou baixar.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Samarica Parteira

Música - Luiz Gonzaga
Compositor: Orlando Rodrigues



- Oi sertão!
- Ooi!
- Sertão d' Capitão Barbino! Sertão dos caba valente...
- Tá falando com ele!...
- ...e dos caba frouxo também.
-...já num tô dento.
- Há, há, há... [risos]
- sertão das mulhé bonita...
– ôoopa
- ...e dos caba fei' também ha, ha
- ...há, há, há... [risos]

- Lula!
- Pronto patrão.
- Monte na bestinha melada e risque. Vá ligeiro buscar Samarica parteira que Juvita já tá com dô de menino.

Ah, menino! Quando eu já ia riscando, Capitão Barbino ainda deu a última instrução:
- Olha, Lula, vou cuspi no chão, hein?! Tu tem que vortá antes do cuspe secá!
Foi a maior carreira que eu dei na minha vida. A eguinha tava miada.

Fundamentação para a institucionalização do Museu do Parto Prof. Galba Araújo

(Projeto desenvolvido pela Prof. Dra. Silvia Bomfim Hyppolito e assinado pelo Prof. Dr. Carlos Augusto Alencar, para pedido da formalização e institucionalização do museu do parto como não só sendo  pertencente a Maternidade Escola, mas também da Univerdade Federal do Ceará.)

INTRODUÇÃO

O início do movimento em prol dos museus brasileiros inicia-se timidamente no século XIX com a criação de instituições museológicas voltadas para as áreas da História Natural e de institutos históricos e geográficos regionais. O exemplo brasileiro mais próximo de uma instituição museológica pode ser reconhecido no Museu de História Natural, criado por D. Luis de Vasconcellos, Vice-Rei do Brasil, de 1779-1790. Por tratar-se de uma instituição voltada para a taxidermia de animais a serem enviados a Portugal como objetos de curiosidade, o Museu passou a ser conhecido popularmente como Casa dos Pássaros. Em 1818, este Museu de História Natural foi transformado por D. João VI em Museu Real, e em 1892, passou a funcionar com o nome de Museu Nacional. Em 1946, passa a integrar a estrutura de ensino, pesquisa e extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.  
Além deste, são poucos os exemplos de museus criados no século XIX, a maioria ainda à época do Império como o Museu Militar do Arsenal de Guerra, na Casa do Trem (1865) e o Museu da Marinha (1868), ambos extintos; o Museu Paraense (1866), organizado em 1894 pelo naturalista suíço Emílio Goeldi; o Museu Provincial do Paraná (1885), transformado em Museu Júlio de Castilhos, em 1907; e, finalmente, o Museu Paulista inaugurado em 1895, no Parque Ipiranga. Nas primeiras décadas do século XX, persiste este quadro do final do século XIX, sendo criados poucos museus, dos quais podemos destacar: em 1906, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, reorganizada em 1911 e 1932. 
No entanto, é somente no século XX, nas décadas de 20 e 30 que os museus alcançarão uma dimensão maior com o desenvolvimento de uma política de ideologias e tendências nacionalistas e passarão a ser considerados pelo Estado como instrumentos de poder e status e guardiões e detentores da cultura e de uma identidade nacional.  
É neste contexto e a partir das comemorações do Centenário da Independência do Brasil é que são criados os primeiros museus “oficiais” dedicados à história e à arte nacional: Museu Histórico Nacional (1922), Museu Casa de Rui Barbosa (1930), Museu Nacional de Belas Artes (1937), Museu da Inconfidência (1938), Museu Imperial (1940), Museu das Missões (1940), Museu do Ouro (1945), Museu de Arte Moderna de São Paulo (1947), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1948), Museu do Índio (1953) e o Museu da República, na década de 60. Todos estes museus ligados ao poder público têm como principal função representar e apresentar, ao público, em nível nacional, determinados fatos e personagens da história brasileira.
Mesmo com o incentivo para a criação de novos museus e novas tipologias, estas instituições culturais que encontram, em sua maioria, sob a tutela dos poder público caem no ostracismo a partir da segunda metade do século XX. É somente no século XXI, com políticas públicas voltadas especificamente para o campo museológico é que estas instituições tomarão um novo fôlego, seja através da realização de concursos públicos para provimentos de cargos, seja através de injeção financeira para reestruturação e modernização dos equipamentos culturais. Atualmente, encontramos um cenário propicio para a criação e institucionalização de museus, a fim de difundir diversas áreas de conhecimento que devem ter sua memória preservada para gerações futuras.
Em termos numéricos, o Brasil conta 2.778 instituições museológicas mapeadas através do Cadastro Nacional de Museus do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, sendo que 2.759 são presenciais e 19 virtuais. Deste número total 2.541 estão abertas a visitação pública, 83 em fase de implantação e 135 fechadas. No ranking dos museus por região, o Nordeste ocupa a terceira posição com 582 instituições museológicas, ficando atrás da região sudeste (1098), do sul (753) e à frente da Centro-Oeste (203) e Norte (123). No que se refere à região nordestina, o Ceará ocupa a segunda posição com 107 instituições museológicas cadastradas. O estado da Bahia lidera com 143 instituições. 
No âmbito local, a cidade de Fortaleza possui cerca de 20 museus e centros culturais em funcionamento e cadastrados junto ao Sistema Estadual de Museus do Ceará, dentre os quais 3 pertencem a Universidade Federal do Ceará: Museu de Arte, Casa José de Alencar e Seara da Ciência. Destacamos ainda, no âmbito da UFC a iniciativa de projetos de recuperação e preservação da memória do Centro de Ciências Agrárias, do Curso de Farmácia, do Núcleo de Processamento de Dados, além do próprio Museu do Parto, que atua desde 2002 , desenvolvendo atividades museológicas na área de exposição, documentação, ação educativa e conservação de objetos.
A memória da área médica no Brasil vem sendo preservada através da criação de museus e centros culturais em universidades e/ou em associações de profissionais das áreas da Medicina. O Brasil, conta, atualmente, com 23 instituições museológicas da Memória da Medicina (ANEXO 1), dentre as quais destacamos que 7 estão inseridas no contexto universitário: UFRJ, UFPE, USP, UFMG, UNB, UFAL e UFBA. Destas 23 instituições, 7 estão localizadas na região Nordeste: Museu Estácio de Lima e Memorial da Medicina Brasileira (BA); Memorial da Medicina (RN); Museu da Medicina de Pernambuco (PE); Museu de História da Medicina de Alagoas, Sala de Memória do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes e Memorial Maria Aragão (AL). 
Podemos afirmar que é uma área em crescente expansão e que merece um olhar mais atento, principalmente, das instituições de ensino e pesquisa brasileiras. Já antenada às necessidades e demandas destas instituições museológicas, em março de 2010 foi realizado no Rio de Janeiro, o I Encontro Nacional de Museus da Medicina, cuja principal finalidade era criar uma Rede Nacional de Museus de História da Medicina. Tanto encontro quanto a rede foram organizados pela Federação Nacional dos Médicos – FEBAM e cujo primeiro resultado foi a criação do sítio eletrônico (www.redemuseumedicina.org) da Rede Brasileira de Museus da Medicina.
Neste sentido, e antenado a estas novas possibilidades de recuperação, preservação e difusão da memória da medicina no Brasil é que justificamos perante o Conselho Universitário da UFC a institucionalização do Museu do Parto Galba Araújo na Maternidade Escola Assis Chateaubriand a fim de possibilitar a filiação junto ao Sistema de Museus do Ceará, ao Sistema Brasileiro de Museus e à Rede Brasileira de Museus da Medicina, bem como concorrer em editais públicos para melhoria do museu e das atividades museológicas da instituição.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Folders do Museu

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Museu do parto: um rico acervo histórico e material para difusão do conhecimento sobre o parto humanizado - Contribuição de Galba Araújo

Por Camila Sampaio Nogueira

Departamento de Saúde Comunitária, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza - Ceará

INTRODUÇÃO: A humanização do parto é um fator relevante que precisa ser reconhecido, diante do contexto atual. Atualmente os altos índices de cesáreas, no Brasil, ultrapassam o permitido pela OMS, refletindo, assim, uma real necessidade de melhorias para a assistência obstétrica. A preferência pelo parto cesareano, mesmo sabendo-se dos diversos benefícios que o parto humanizado pode oferecer à mãe e ao bebê, deve ficar restritas às indicações médicas.

OBJETIVO: Este trabalho pretende apresentar o Museu do Parto e suas atribuições, sendo esse um projeto de extensão da UFC, localizado na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), que defende e propaga o Parto Humanizado, destacando seus benefícios e promovendo uma ação educativa sobre a temática. 

MÉTODOS: Refletindo aspectos antropológicos e socioculturais, o Museu é constituído por um conteúdo histórico-cultural de destaque, peças cirúrgicas e material multimídia que traz aos acadêmicos e à comunidade em geral, semanalmente, explanações sobre como eram feitos os partos em diversas regiões do interior do Ceará. Peças como bancos de parto, fórceps e mesa obstétrica compõem o rico acervo resultante da contribuição do Professor Galba Araújo, primeiro diretor da MEAC e, sobretudo, defensor da melhoria da qualidade da assistência obstétrica. 

RESULTADO: O Museu do Parto, desde 2002, vem exercendo grande contribuição na difusão do conhecimento acerca do Parto Humanizado e de seu contexto histórico no Ceará, gerando novos olhares sobre o tema e incentivando a busca por novos saberes aos acadêmicos da saúde, por exemplo. Ademais, aspectos sobre o parto humanizado na MEAC e os direitos das gestantes são pontos divulgados no museu, aos visitantes.

CONCLUSÃO: O Museu do Parto é um expressivo difusor sobre o Parto Humanizado, decorrente de uma determinação ímpar de Galba Araújo em contribuir com a melhoria da assistência obstétrica.


Antero Coelho Neto depõem sobre o trabalho de Galba Araújo

Antero Coelho
Publicado em Ethos-Paideia Blog em 27/03/2006

Sim Xisto, foi o famoso internacionalmente Prof. José Galba Araújo que iniciou no Brasil o grande movimento pelo "agente de Saúde" no final da década de 70 (Prêmio Nacional do Ministério da Saúde).
Veja quantos anos já lá se passam. Movido pelos mesmo movimentos parecidos e emergentes em Cuba, Chile e outras tentativas latino-americanas, sob influência da OPS/OMS (que chamamos aqui no Brasil de OPAS-Organização Panamericana da Saúde), o Galba, visionário da saúde da mulher gestante (parto humanizado), criou o seu programa de "parteiras curiosas" e logo a seguir de agentes de saúde como uma complementação da saúde da família.
Em 1980, imediatamente ao sair da UNIFOR, eu como Professor da UFC e como defensor, desde a Faculdade de Medicina quando criamos na UnB, da medicina comunitária, chamada também de medicina de família (depois saúde da família), passei a lhe ajudar como Coordenador do Programa PAPS e depois PROAIS conhecidos em toda AL. Como eu era também Consultor da Fundação Kellongg, conseguimos financiamento para o que se tornou um dos maiores programas de saúde das Américas e foi o Dr. Galba, meu cunhado, que me deixou saudade eterna (estou chorando ao lhe escrever o nome), que alavancou e prestigiou o Programa. Eu apenas lhe ajudei na parte técnica de projetos e medicina global que lhe faltava.
Foi ele, seguramente, o líder do grande movimento Latinoamericano da saúde da mãe-filho. Depois o Tarso utilizou a ideia no seu programa "Agentes de saúde".
As nossas publicações estão no mundo todo. N as Bibliotecas do mundo. É só pesquisar através da National Library of Medicine. E, como tem acontecido sempre, as ideias se repetem com "novos" descobridores, usufruindo direitos indevidos.
Foi sim, o Prof. Galba, na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, comigo e com vários de seus excepcionais comandados, que ainda hoje aí lutam pela Saúde da Família, que iniciou esse movimento vitorioso no Brasil.

Assistência médica ao parto : estudo comparativo do parto assistido na posição vertical e horizontal


Tese de Mestrado da Dra. Silvia Bomfim





Título: Assistência médica ao parto : estudo comparativo do parto assistido na posição vertical e horizontal






















Título em inglês: Medical childbirth : comparative study of assisted delivery in vertical and horizontal position

Autor(es): Hyppólito, Silvia Bomfim

Orientador(es): Bruno, Zenilda Vieira

Palavras-chave: Intervenção médica, assistência obstétrica, episiotomia, posição ao parir.

Data do documento: 1997

Citação: HYPPÓLITO, S. B. (1997)

Resumo: A literatura mundial já vem demonstrando, há bastante tempo, que a assistência médica em obstetrícia trouxe benefícios incalculáveis aos partos distócicos. Por outro lado, as tecnologias utilizadas para a assistência ao parto normal, a nível hospitalar, vêm sendo questionada e, intervenções, como a episiotomia, o uso abusivo de ocitócicos para abreviar o período de dilatação, e a posição horizontal (deitada) da parturiente, durante o período expulsivo do parto, estão sendo analisadas e criticadas por um largo número de pesquisadores. O presente estudo visou testar a hipótese de que a assistência ao parto normal na posição vertical (sentada), durante o período expulsivo, seria mais apropriada, por ser fisiológica. Além disso, não se usou o procedimento da episiotomia e observou-se a influência da sucção do mamilo materno pelo RN no tempo de delivramento e perdas sanguíneas, sem o uso de ocitócicos. A diferença média de 3,4 minutos em favor da menor duração do período expulsivo, para as parturientes que foram assistidas sentadas, merece destaque, apesar da significância do dado estar em seu limiar estatístico, ao nível de 95% (p=0,06). A maioria das parturientes delivraram espontaneamente até 25 minutos depois do parto, não importando se assistidas na vertical, ou na horizontal; as perdas sanguíneas também tiveram equivalências estatísticas(p=0,52). A sucção do mamilo materno mostrou alguma influência mas não logrou significância estatística em relação a perdas sanguíneas (p=0,19) e ao tempo de delivramento (vertical: p=0,08; horizontal: p=0,52). Mesmo sem o procedimento da episiotomia, as lacerações vulvo-perineais se mantiveram em 44,1% e 47,1% para as mulheres que pariram na vertical e horizontal, respectivamente (incidência mais baixa do que os 52,3% que se encontra na literatura), sendo que mais de 80% em ambos os grupos, a laceração foi de 1° grau e o restante apenas de 2° grau. Não ficou evidenciada qualquer vantagem na posição vertical sobre a posição horizontal materna durante o período expulsivo do parto e delivramento, sendo portanto indicado que se permita a livre escolha da parturiente. A abstenção do uso de ocitócicos e de episiotomia não acarretou prejuízo às mães que pariram, em qualquer das duas posições. Assim, os achados do estudo não apontam para a necessidade de intervenções obstétricas de rotina, na assistência ao parto normal; indicando, outrossim, que elas sejam mais criteriosas, evitando-se iatrogenias e promovendo assistência de melhor qualidade e mais humanizada.

Abstract: Since a long time, world literature has been demonstrating that medical assistance brought large benefits to complications on deliveries. In the other hand, overused obstetric technologies on normal delivery assistance in hospitals are being questioned. Interventions such as episiotomy, the abuse of oxytocic to shorten the dilatation period and the laying down posture imposed to women during labor are being criticized by a large number of researchers. This study intended to find out if the sitting position to assist the second period of women’s delivery is more appropriate for it is considered physiological. Besides that, no episiotomy has been performed and immediate breastfeeding consequences on blood loss and on the delivery of placenta were observed. The 3.4 minutes difference on favor of the length of time expulsion period to the group of women who delivered on vertical position versus horizontal’s was considered important but not statistic significant (p=0.06). The great majority of mothers has delivered the placenta within the first 25 minutes, regardless they were on the upright (sitting) or neutral (laying down) position. Blood loss was also equivalent on both groups (p=0.52) and breastfeeding did not show any influence on that (p=0.19) and on the time for delivering the placenta (sitting-p=0.08; laying down-p=0.52). The incidence of perineal trauma was 44.1% and 47.0% for women who delivered on vertical and horizontal position, respectively (this incidence was even lower than the 52.3% which is reported on literature). More than 80% of the spontaneous injuries were 1st degree posterior perineal trauma and the rest was just 2nd degree ones, for both groups. It was not evident any advantage of the vertical position over the horizontal’s, during the expulsion period of labor and delivery of placenta. So, mothers could be given the choice in the posture to be assumed during parturition. The absence of oxytocic and episiotomy did not bring any harm to women delivering in any of the two positions. The outcomes do not support medical intervention should be used as routine on normal delivery and for that, those interventions could have a better criteria, avoiding more harm than good and offering a more humanized delivery assistance.

Descrição: HYPPÓLITO, Silvia Bomfim. Assistência médica ao parto : estudo comparativo do parto assistido na posição vertical e horizontal. 1997. 102 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1997.


Aparece nas coleções: DSC - Dissertações defendidas na UFC


Acervo do museu

ACERVO



Nº de Registro: MP001
Classificação: Mobiliário
Nome/Título: cama de relho


Descrição: espécie de cama de couro chamada vulgamente de “Sofredouro” na qual algumas gestantes, na zona rural do Estado, deitavam durante os primeiros períodos do parto. No período expulsivo, costumava-se amarrar cordas às quinas desse móvel, sendo a outra ponta da corda entregue à gestante, que a puxava, adquirindo uma posição quase verticalizada.






Nº de Registro: MP002

Classificação: Mobiliário
Nome/Título: Mesa Obstétrica
Descrição: mesa de parto desenvolvida pelo próprio professor Galba Araújo, sendo patenteada pela empresa Baumer. Possui encosto inclinável, permitindo a adoção de uma posição próxima à vertical, adequando-se também à posição litotômica.








Nº de Registro: MP003
Classificação: Mobiliário
Nome/Título: Cavalinho


Descrição: Réplica de um modelo primitivo trazido ao Ceará por colonizadores portugueses. Usada pelas gestantes para alívio das dores do parto.







Nº de Registro: MP004
Classificação: Mobiliário
Nome/Título: Banco de parto


Descrição: banco em madeira com três pernas, com formato semelhante à letra “V”, sem apoio (encosto). Modelo bem parecido ao de Savonarola(1547). Réplica dos primeiros bancos de parto trazidos ao Ceará por colonizadores portugueses, usada por parteiras empíricas para auxiliar no parto de gestantes do interior do Estado.







Nº de Registro: MP005

Classificação: Mobiliário
Nome/Título: Banco de parto


Descrição: banco em madeira com quatro pernas, apresentando maior largura nas laterais. Réplica dos primeiros bancos de parto trazidos ao Ceará

Nº de Registro: MP006
Classificação: Mobiliário
Nome/Título: Banco de parto


Descrição: banco em madeira sem apoio usado por parteiras empíricas para auxiliar no parto de gestantes do interior do Estado.

Nº de Registro: MP007
Classificação: Mobiliário
Nome/Título: Banco de Parto


Descrição: banco de madeira com quatro pernas (estando as anteriores inclinadas em relação às outras). Modelo bem parecido com o desenvolvido por Eucarius Rodins (1544). Réplica dos primeiros bancos de parto trazidos ao Ceará por colonizadores portugueses, usada por parteiras empíricas para auxiliar no parto de gestantes do interior do Estado.



Nº de Registro: MP009
Classificação: Mobiliário
Nome/Título: Vértebra de Baleia


Descrição: osso da coluna vertebral de uma baleia que encalhou em Cumbuco (Ceará). Curiosamente usada pelas gestantes da comunidade, devido à crença a parturiente teria um bom parto, quando o utilizasse.