quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Inauguração do Centro de Convenções de Beberibe durante a 3ª Conferência Municipal de Saúde 03/12/93

Discurso de Antero Coelho Neto em homenagem a Galba Araújo


Senhoras e Senhores:

Estamos aqui reunidos  para inaugurar esta obra magnífica, para realizar a 3ª Conferência Municipal de Saúde, para consolidar a proposta do Plano Municipal de Saúde, para buscar os caminhos da melhoria das condições de saúde e da vida no  Município  e também dizer para todos: "Beberibe te amo". E se tudo isso fôra pouco, ainda estamos entregando prêmios a diferentes homenageados e enaltecendo uma das figuras maiores da Medicina cearense e do país, com prestígio internacional na área da saúde materno-infantil, o Professor Galba  de Araújo.
           E sobre esta última homenagem é que me farei o responsável.
     Tarefa muito fácil e extremamente grata para mim. Quis o destino que eu e Galba  nos encontrássemos várias vezes durante a nossa vida com laços de parentesco, afetividade, amizade, cooperação e convivência.
     Assim, creio ser conhecedor suficiente da personalidade e dos atos deste ilustre médico social, para que os seus mais importantes predicados e realizações sejam destacados, neste momento tão importante para todos os que conheceram  e foram amigos de Galba Araújo.
     Dotado de uma extraordinária força interna e determinação de realizar coisas modernas, inovadoras, diferentes e até contestadoras na medicina, ao regressar em 1945,  após um período longo de residência  e aperfeiçoamento em obstetrícia nos Estados Unidos, logo depois de sua formatura na Faculdade de Medicina da Bahia, passou a assumir uma posição de liderança em Fortaleza, justamente por essas suas qualidades. Nessa  época estimulavam-lhe os avanços tecnológicos, a medicina mais avançada, o parto mais técnico e científico, a clínica do mais inovador e a dor mais perfeitamente sedada farmacologicamente.
     Foi rápido e veloz no seu progresso como profissional trabalhador e muito capaz. Muito cedo transformou-se em um dos maiores obstetras da Capital e seu trabalho passou a ser conhecido em todo o país. A implantação do parto sem dor foi um grande êxito  e suas demonstrações técnicas e científicas lhe asseguraram rapidamente um papel importante na obstetrícia nacional.
     Como uma de suas características pessoais mais significativas ressalto o seu estilo de vida esportivo, sadio e extremamente vinculado com a natureza. Como um famoso pescador e caçador, verdadeiro descendente de índio que era, encontrava como  passatempo predileto as viagens pelos interiores do Estado e do país, ocasiões em que estava sempre em contato com o povo pobre e necessitado. São deliciosas   as histórias que contava de suas andanças e experiências com os caboclos, suas mulheres e seus partos.
     Sua origem em uma estável e honrada família, sua descendência e sua formação, explicam, em parte, toda a sua personalidade de luta pela vida de uma maneira destemida e vigorosa. Galba não tinha medo de nada, pelo menos não das coisas que nós costumamos sentir.
     Mas parecia que algo lhe faltava na sua vida profissional, apesar do sucesso econômico e grande repercussão no meio médico como um grande obstetra.
     Foi quando, em 1975, então diretor da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) e professor de obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, verificou  que um grande número de parturientes do interior do Estado procurava a Maternidade para tratamento obstétrico, acompanhadas por parteiras empíricas ou tradicionais. Também comprovou  que elas se mostravam muito preocupadas e interessadas por suas amigas, demonstrando um verdadeiro mecanismo psicológico de dependência e de relacionamento parteira-parturiente. E mais do que isso, comprovou a excepcional atitude de honestidade, interesse e dedicação, sem buscar vantagens financeiras e somente parecendo cumprir com as determinações sociais da comunidade ou, algumas vezes, desígnios superiores.
     Preocupou-se então quando evidenciou que a maioria das mulheres que eram trazidas pelas parteiras, também chamadas de curiosas, apresentavam complicações obstétricas agravadas  pela demora no deslocamento por falta de transporte ou pela inexistência de meios técnicos para uma assistência a nível local.
     Não sei como o problema evoluiu na sua mente e também não sei como o processo de verdadeira "desdiferenciação" científica se processou. Como o seu "eu" tecnológico, científico e produto de uma sofisticação adquirida em grande centro médico americano, acrescida de sua condição como professor catedrático de uma Universidade e médico famoso das granfinas da Capital, converteu-se em um médico do social, da comunidade desamparada, do pobre do interior, da medicina alternativa, do  procedimento completamente adequado e tudo o mais que gerou-se a partir de então.
     Não sei como o "bruxo" ou "feiticeiro"  que existe dentro de cada um de nós, e muito mais dentro do Galba, apareceu e explodiu.
     De repente, o homem-ciência conseguiu conviver com o homem-feiticeiro de uma maneira , nem sempre harmônica, mas muito produtiva.
     E todo um enorme programa de atenção ao parto, uso adequado da tecnologia, estímulo aos medicamentos caseiros e respeito às tradições locais e manifestações religiosas, foi idealizado por ele  e desenvolvido com a ajuda dos outros aprendizes de feiticeiros que acorreram em busca de algo que não sabiam muito bem o que era, no princípio da coisa.
     E já em 1975 criava o famoso programa Materno-Infantil com treinamento de parteiras empíricas, com o parto normal domiciliar e identificação das gestantes de alto risco, através de um trabalhoso e difícil mecanismo de convencimento ao público, aos políticos, autoridades  e, principalmente, a classe médica.
    Rapidamente começou a agir, a lutar e a tentar convencer a muitos, de suas verdades(?), de seus princípios e de suas intenções.  Guaiuba e Lagoa-Redonda ficaram famosas pelos excepcionais êxitos alcançados no início de suas atividades.
     O sucesso do programa espalhou-se e autoridades e líderes locais de diferentes comunidades carentes passaram a procurar Galba no sentido de que fossem incorporados e, ao longo do tempo, dezenas de pequenas maternidades  casas-de-parto, foram instaladas em consórcio com as comunidades e prefeituras locais. Centenas de parteiras empíricas foram então treinadas e capacitadas para o atendimento ao parto normal em casa. Era muito mais um treinamento no que elas "não deveriam fazer" do que propriamente "no que fazer", uma vez que quase todas já desempenhavam suas atividades desde há muitos anos e já sabiam a arte e, mais importante, tinham o tempo, o carinho, a dedicação e amizade que, muitos de nós médicos já não dispomos mais para com os nossos pacientes.
     E muita coisa mais o Galba desenvolveu no seu programa, indo desde a sua famosa mesa de parto para as parturientes realizarem os seus partos na posição sentada, à divulgação do chamado parto na  residência e utilizando bancos de parto, conhecidos em toda uma parte de nosso interior mais primitivo, o desenvolvimento dos curandeiros e rezadores como agentes de saúde e a mobilização dos diferentes agentes de saúde das várias comunidades. Esta última estratégia serviu de modelo para o atual programa do Governo do Ceará que alcançou enorme êxito e reconhecimento mundial.
     Em 1980 passa a chamar o Programa de PAPS (Programa de Atenção Primária de Saúde), consegue o extraordinário financiamento da Fundação Kellogg, podendo então estender as diferentes atividades para outras áreas. Foi quando eu passei a conviver e a ajudar o Galba em suas idéias, na coordenação do programa e nas suas ambições de maior comunicar e divulgar o programa. E como eu, nessa época, era consultor da Fundação Kellogg para o Brasil conseguimos realizar todo o desenvolvimento que Galba imaginava para o Programa de uma maneira lenta, eficiente e constante..
    Depois, mudaram-se as siglas do programa para PROAIS (Programa de Ações Integradas de Saúde), e outras estratégias foram incorporadas com repercussão internacional, até o ano de 1984 , quando, inesperadamente o grande lutador falece.
     Posteriormente o Programa continua nas mãos de seus assistentes e seguidores já com outra sigla, ainda com muita garra e empenho, e com o financiamento da Kellogg, até este ano quando parece que também acompanha o seu criador, desaparecendo. E a velha história se repete, quando os criadores  se ausentam de suas criações, como também tenho presenciado muitas vezes em minha própria vida de criador de organizações. Mas nós dois, nisso tenho a certeza de ter a aprovação de Galba para dizer aqui, sabemos  muito bem da verdade que há naquela frase de Heminngway quando disse que "o homem não foi feito para ser vencido, ele pode ser destruído, mas jamais vencido". Destruído Galba  teria sido, mas não vencido.
     O que Galba fez por esta querida Beberibe são vocês que tem de ressaltar e eu creio que esta solenidade e reverência à sua pessoa é uma demonstração do carinho e do agradecimento que vocês demonstram por ele. Em nome de sua família e no meu próprio quero agradecer esta ocorrência. Sei o quanto ele estaria contente se aqui estivesse com vocês todos.
     Mas eu seria injusto, pecaria no mínimo por esquecimento, se não deixasse aqui a minha palavra de engrandecimento e reconhecimento sobre a participação ativa e constante na vida e nas ações desenvolvidas por Galba, de sua esposa Lorena, talvez uma cearense maior do que muitas outras que existem, e que sempre ajudou e estimulou todos esses sonhos e realidades de seu querido marido médico-feiticeiro.
     E menos ainda, seria insuficiente se não ressaltasse para  vocês, como de essencial importância, o papel desempenhado pela equipe que Galba conseguiu organizar e que, com uma força extraordinária tentou, lutou, sofreu e realizou durante e após a sua vida.
    E para finalizar, em meu nome e de todos os que trabalham na medicina social, aproveitando esta feliz oportunidade, quero deixar a minha gratidão pelo momento que tenho de reconhecer o trabalho de um inovador, de um líder e de um simples agente da saúde, José Galba de Araújo.



         Antero Coelho Neto,


· Em 3.12.93, por ocasião da Inauguração do Centro de Convenções de Beberibe durante a 3ª. Conferência Municipal de Saúde.
           

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Depoimentos de ontem e de hoje

    Entrevistas


JOÃO GUALBERTO OLIVEIRA
(funcionário aposentado da Maternidade Escola Assis Chateaubriand)




CARLOS AUGUSTO ALENCAR
(Diretor Assistente e Vice-Diretor da época Dr. Galba)



CARLOS AUGUSTO ALENCAR JÚNIOR
(Gerente de Atenção à Saúde - MEAC/UFC/EBSERH)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Parto e nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais

O Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais e Experiências Exemplares.




Esta publicação apresenta um relato histórico do Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais do Ministério da Saúde e faz o resgate de algumas experiências exemplares de trabalho com parteiras tradicionais desenvolvidas por instituições públicas e/ou organizações da sociedade civil. 



"No Ceará, a partir de 1975, o professor Galba de Araújo implementou em áreas periurbanas e rurais o Programa de Atenção Primária de Saúde (Paps), resultante de esforços integrados da Universidade Federal do Ceará, da Secretaria de Saúde do Estado, da Fundação Kellogg e do extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – Inamps. Tal Programa fundamentava-se no aproveitamento dos recursos humanos da comunidade, onde a parteira era componente ativo e de grande importância." p. 22

Manual de capacitaçäo de parteiras tradicionais / Handbook for drilling of traditional midwives
Araújo, José Galba; Hypólito, Silvia Bomfim; Nogueira, Marília Pereira.
s.l; Universidade Federal do Ceará. Maternidade Escola Assis Chateaubriand; 1984. 66 p. ilus.
Monografia em Português | LILACS | 1984 | ID: lil-41365
Resumo: Manual de treinamento para parteiras tradicionais captadas para atuarem no Programa de Atençäo Primária de Saúde (PAPS) em zonas rurais do estado do Ceará visando o aproveitamento de recursos humanos encontradas nas comunidades
Assuntos: Manuais Parteira Leiga Complicações do Trabalho de Parto Cuidado Pré-Natal Cuidado Pós-Natal Lactação Parto

Clique aqui para acessar a publicação completa em PDF.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Documentário Parir e Nascer (em espanhol)

Documentário sobre o processo fisiológico do nascimento

De Karin Berguammer, em colaboração com a clínica da mulher da Universidade de Viena (departamento de perinatologia e ginecologia).*


Parte 1


Parte 2

(*) Contém restrição de idade (+18), de acordo com as normas do You Tube.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Maternidade-escola da UFC se torna referência em boas práticas de atendimento

Ministério da Saúde concede à unidade o primeiro título de Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Atenção Obstétrica e Neonatal do País.




Em dezembro deste ano, a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac) completa 53 anos de fundação. Conhecida pelas boas práticas de atendimento a mães e recém-nascidos, a unidade de saúde – vinculada à Universidade Federal do Ceará (UFC) – tornou-se um exemplo a ser seguido por outros estabelecimentos de saúde do Nordeste e do Brasil.
A prova disso é que o Ministério da Saúde concedeu à unidade o primeiro título de Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Atenção Obstétrica e Neonatal do País. Isso significa que os projetos e as ações do hospital podem ser adotados em outros hospitais.
A maternidade-escola é referência no Ceará em gestação de alto risco. Outras atividades que se destacam entre as boas práticas do hospital são a visitação de avós e irmãos aos bebês internados na UTI neonatal e a utilização de métodos não medicamentosos para alívio da dor durante o trabalho de parto, como alongamentos e massagens.


Parto Humanizado

Com um centro de parto normal que conta com dez salas individuais, onde a gestante pode escolher quem vai acompanhá-la do início até o fim do parto, a paciente usufrui também dos serviços de uma acompanhante leiga, as chamadas “doulas”, que prestam auxílio psicológico e social à gestante.






O título de Centro de Apoio é um reconhecimento adotado pelo Ministério da Saúde para fazer com que determinados hospitais se tornem multiplicadores de boas práticas no atendimento obstétrico e neonatal. Até então, a única unidade considerada matriciadora dessas boas práticas era o Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte (MG).
Para obter o título, a maternidade-escola da UFC passou por rigorosa avaliação que durou três anos. Ao tornar o hospital o primeiro Centro de Apoio, o ministério segue com o planejamento de conceder esse reconhecimento a outras unidades – pelo menos uma por região.
A partir desse reconhecimento, há também uma expectativa de que a população procure mais a maternidade, que funciona integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


Fotos: Reprodução.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Fundamentação para a criação oficial do Museu do Parto: um tributo a Galba Araújo, como instituição da Universidade Federal do Ceará

Local para aulas práticas de: Obstetrícia – Medicina- UFC - Fisioterapia – Christus.
Visitação sistemática – Acompanhantes e Visitantes das clientes da MEAC.
Alunos do Ensino Médio e Superior das várias Universidades.
Ponto de intersecção entre duas culturas em relação à assistência ao Parto:
Práticas obstétricas empíricas da zona rural e assistência hospitalar ao parto.
Marco de intercâmbio entre os dois saberes.

Publicações geradas a partir do tema principal do Museu
- Tese de Mestrado “Assistência Médica ao Parto Normal – Estudo comparativo do parto assistido na posição vertical e horizontal” 
Bomfim-Hyppólito, Silvia. Influence of the position of the mother at delivery over some maternal and neonaltal  outcomes. Author.International Journal of  Gynecology & Obstetrics dec.1998.v.63 (Suppl.no.1)Guest Editors: Anibal Faúndes,   .G.Cecatti.pp.S67-S73.
- Araujo, José Galba. Minha experiência com as parteiras e rezadeiras do Ceará.Contact – caderno promovendo a saúde comunitária, Editado ela Comissão Médica Cristã do Conselho Mundial das Igrejas. Genebra. Exemplar 28 de fevereiro de 1983.pp 3-14.
- Bomfim-Hypólito, Silvia."A Tricotomia Pubiana é Necessária ?", Revista FEMINA, Vol.09 - N 02, fevereiro de 1981. p.95-98.
- Bomfim-Hyppólito et al, Manual de Capacitacao de Parteiras Tradicio­nais Co-Autora
Editado pela Maternidade Escola Assis Chateaubriand e Centro de Cien­cias da Saude da Universidade Federal do Ceara -UFC­.Imprensa Universitária da UFC - 1984.m p.66
- Bomfim-Hyppólito et al, Consultation on Approaches for Policy Develop­ment for Traditional Health Practioners, including Traditional Birth Attendants, Co-autora, Publicado pela World Health Associa­tion NUR/TRM/85.1. English only New Delhi, India, fevereiro de 1985.
- Bomfim-Hyppólito et al, "Delegated Health Activity in Rural Areas" an Experience in North Brazil.High Risk Mother and Newborns, Detection, Management and Prevention. Procee­dings: Second International  Congress for Maternal and Neonatal Health,    1987. Edited by Abdel R.Omran,Je­an Martin and Behir Hamza, Suiça.Chapter 8.5- p.325-339.
- Bomfim-Hyppólito et al, PROAIS - Programa de Ações Integradas de  Saúde - suas 
raízes e sua história..., como  colabora­dora, publicação editada pela       Universidade Federal do Ceará, Pró-reitoria de   Extensão, Fortaleza, 1988, p.50.
- Bomfim-Hyppólito et al, Alternative Model for Low Risk Obstetric Carein Third World Rural and Peri-Urban Areas - Works­hop on Obstetric and Mater­nity Care - Singa­pore, Interna­tional Jour­nal of Gyneco­logy& Obste­tric, Suplement, Volume 38, Setem­bro de 1991.p.S63-S66.
- Bomfim-Hyppólito et al, Integration of TBAs in Rural Maternity Services in Brazil(pp.70) - Maternal and   Infant Mortality -Closing the Gap between Perinatal Health Services –Proceedings:Fourth Interna­tio­nal Congress for Maternal and Neonatal Health 1991,Bandung,Indonesia.   Edited by Elton Kessel,Gulardi H.Wiknjosastro, Anna Alisjahba­na.p.70-
- Bomfim-Hyppólito, et al. Manual para Treinamento de Parteiras e Agentes Comunitários em Saúde Reprodutiva, editado    pela Universi­dade Federal do Ceará, Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e Johns Hopkins   Program for Interna­tional Education in Reproductive Health, em Fortaleza, 1995,   p.115.
- Support to Traditional Birth Attendants, Evaluation Report, United Nations Population Fund (UNFPA)Number 12-co-author of the Latin American and Caribbean 
evaluation report.Authors:Silvia Bomfim Hyppólito, Juan Ortiz-Iruri,RoseSchneider,PatriciaGuzman,p.41.1997.
- Bomfim-Hyppólito et al.Artigo na Revista Femina. N. 3 volume 29 de   abril de 2001,da Federação Brasileira de   Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO,                 intitulado “Por que o prêmio Galba Araújo?” 
- Bomfim-Hyppólito et al, Catálogo da I Mostra do Museu  do Parto da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, Universidade Federal do Ceará – “O parto em diversas épocas elocalidades.Edição da UFC, Meac, Laboratórios Schering, Organon e A Fórmula.  2003, 23 p.
- Fundação W.K.Kellog. Da visão ao impacto inovador. Capítulo XI. Acendendo a chama da mudança na América Latina e no Caribe. Library of Congress catalog card number 2005924333. Printed in the United States. Published april 2005.ISBN 0-9716520-4-X.pp 231-235.

Prêmio Nacional José Galba Araujo

Atividade de Extensão
Projeto Museu do Parto: Um tributo a Galba Araujo, aprovado no Departamento de Saúde Materno-Infantil e cadastrado sob n. QH.00.2004.PG.0959  na Pro-reitoria de Extensão da UFC

Criação do Centro de Parto Humanizado da MEAC-UFC

INTRODUÇÃO
O Parto Humanizado consiste na assistência obstétrica baseada em evidências científicas no qual há parceria e respeito entre dois sujeitos, o assistente e parturiente. É quando o parto é considerado como um fenômeno fisiológico, e não médico, e conduzido, principalmente, pela mulher que segue seus instintos e necessidades e tem liberdade de movimento e expressão. O Parto Humanizado põe a mulher no centro e no controle1. Para sua realização, necessita-se de um profissional humanizado, médico ou enfermeiro obstetra, que esteja atualizado cientificamente, dê liberdade de escolha e ação à mulher, respeite suas necessidades e que não faça intervenções cirúrgicas desnecessárias. Entretanto estas práticas não eram realizadas com freqüência. Em torno deste consenso de que a assistência obstétrica precisava melhorar em todos os aspectos (acesso, acolhimento, qualidade, resolutividade), a questão era a discussão de uma atenção baseada em princípios tecnocráticos versus o paradigma da assistência humanizada. O médico que pratica o Parto Humanizado deverá ter a vocação do parteiro, não atrapalhar o processo da parturição, já que qualquer intervenção desnecessária iria complicá-lo e não melhorá-lo; terá competência e prontidão para agir, quando for necessário, permitindo que o parto seja um evento natural, conduzido pela mulher, com a participação de seus acompanhantes.
A interferência da tecnologia médica, no processo de parto, contudo, é associada ao poder econômico e pressupõe que um parto seguro é aquele feito no hospital provido de alta tecnologia.  A assistência à maternidade ocidentalizada, medicalizada e de alta tecnologia geralmente desumaniza e leva a intervenções obstétricas desnecessárias, caras, perigosas e invasivas.

Projeto Museu do Parto

Universidade Federal do Ceará – Faculdade de Medicina
Projeto Museu do Parto: Um Tributo ao Professor Galba Araújo
Proposta de Atividade
Autora: Silvia Bomfim Hyppolito

Introdução

O ato de parir tornou-se institucionalizado, de modo mais significativo, por volta do século XX, com avanços nos campos da cirurgia, assepsia, anestesia, hemoterapia e antibioticoterapia. O domínio de novas técnicas aumentou as possibilidades de intervenção, ficando a cesariana a “melhor” opção de resolução da gestação. Desde então, tem-se aprimorado práticas para iniciar, acelerar, adequar ou monitorizar o processo fisiológico do trabalho de parto, o que tende a transformá-lo em um procedimento médico/cirúrgico que diminui a oportunidade das gestantes de vivenciar plenamente o momento do nascimento de seu filho e propicia a prática de intervenções desnecessárias. Assim, a parturição passou a ser visto como ato patológico, para o qual é privilegiada a técnica medicalizada e despersonalizada, prejudicando o estímulo e apoio à parturiente.
Para defender tal caráter fisiológico, surgiu o processo de humanização do parto, que faz referência a um conjunto de condutas que objetiva promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. O parto humanizado defende um acompanhamento com um mínimo de intervenção, porém com condições estruturais para identificação e prevenção precoce de complicações e situações de risco, permitindo atuação imediata, adequada e eficaz.
Com a finalidade de tranqüilizar a gestante e proporcionar maior bem-estar à mulher e ao neonato, são praticadas algumas estratégias, como alojamento conjunto, incentivo ao aleitamento materno ainda em sala de parto, presença de familiares ou acompanhante nas salas de pré-parto, maior privacidade durante o trabalho de parto, a escolha do tipo de parto e a liberdade de posição. Certos procedimentos, dentre eles enemas, tricotomias, amniotomia e abolição do uso de rotina da episiotomia e da indução do parto, são desencorajados por provocar desconforto e não apresentar maiores benefícios.
Diante do exposto, percebe-se a grande importância do incentivo ao processo de humanização, assim como da difusão de informações sobre parto humanizado às gestantes, a fim de que sejam cumpridos seus direitos.
O Projeto Museu do Parto – Um Tributo ao Professor Galba Araújo vem desenvolvendo desde 2002 atividades de preservação, documentação, pesquisa, exposição e ação educativa a fim de preservar e comunicar à sociedade cearense, em especial, ao público da área médica todos os procedimentos e técnicas do parto, bem como os equipamentos e aparatos utilizados. Além disso, no referido museu são oferecidos vídeos e folders contendo demonstrações de técnicas de parto humanizado e informações sobre o trabalho desenvolvido pelo Professor Galba Araújo. O Museu do parto está aberto à visitação púbica por bolsista, que o faz semanalmente.

Proposta

Pretende-se desenvolver uma exposição fotográfica, retratando imagens de mães com seus filhos recém-nascidos que foram atendidos na Maternidade Escola Assis Chateubriand. Essa exposição será apresentada no Museu do Parto, com objetivo de apresentar aos visitantes, funcionários da maternidade e pacientes a vivência do parto humanizado, mostrando fotos do primeiro contato entre mãe e filho. Durante a exposição, será esclarecido aos visitantes o funcionamento das salas de parto humanizado da MEAC, como tambem os instrumentos e aparatos utilizados.

Métodos

Serão expostas, no Museu do Parto, fotografias de mães e seus filhos nas enfermarias da MEAC, além de fotografias das salas de parto humanizado. Para aquisição das fotos, as mães assinarão Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, permitindo a sua participação na Exposição. Pretende-se realizar a Exposição fotográfica do Museu do Parto nos dias 29 e 30 de novembro de 2010 das 12h às 14h.


Referências

OLIVEIRA, Zuleyce Maria Lessa Pacheco de; MADEIRA, Anézia Moreira Faria. Vivenciando o parto humanizado: um estudo fenomenológico sob a ótica de adolescentes. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2002, vol.36, n.2, pp. 133-140. ISSN 0080-6234.

DINIZ, Carmen Simone Grilo. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2005, vol.10, n.3, pp. 627-637. ISSN 1413-8123.

CASTRO, Jamile Claro de; CLAPIS, Maria José. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2005, vol.13, n.6, pp. 960-967. ISSN 0104-1169.

Mãe é mãe

Mãe em todas as cores

Vídeo com slide de fotos


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Exposição: O parto através do tempo

Entrevista em vídeo de Aline Medeiros. Historiadora e Autora da Exposição O Parto Através dos Tempos.