sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Visita UNILAB

Recebemos no dia 06 de dezembro de 2019 mais uma turma do Curso de Enfermagem da UNILAB.

Sob a liderança da Profa. Adria Marcela Ferreira, os seis alunos observaram com grande interesse as peças de valor antropológico, utilizadas na assistência ao parto, antigamente, no interior de Ceará.








terça-feira, 26 de novembro de 2019

Visitas Importantes ao Museu do Parto: um tributo à Galba Araújo



A prof Dra. Sílvia Bomfim Hyppólito recepcionando o Empresário Francisco Brandão e sua assistente Lúcia de Fátima, que visitaram hoje 25/11/2019 o museu do parto.             
O Sr Francisco Brandão que se apresentou como o “Assis”, falou assim por ter sido um dos primeiros bebês a ter nascido na Maternidade Escola Assis Chateaubriand em 1965.
Viveu em Portugal por 30 anos, na cidade de Aveiro. Hoje é empresário renomado em Fortaleza.



Reportagem especial do Jornal O Povo do dia 22 de novembro de 2019

A humanização que coloca a mulher no centro das atenções no Museu do Parto.

O Museu do Parto foi fundado conta e relembra o percurso e evolução das técnicas de parteiras e médicos ao longo dos anos, jogando luz sobre a reflexão e o entendimento à respeito do nascimento de vidas. Instituição foi fundada em 2002 e desde então funciona na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, no bairro Rodolfo Teófilo.

Por Wanderson Trindade (Reportagem) e Fred Souza (Concepção e pesquisa).



Pendurados por cordas, expostos em quadros ou presentes apenas em fotos e vídeos, inúmeros utensílios estão espremidos, mas bem distribuídos, pelos chão, teto e paredes da pequena sala que acomoda o Museu do Parto. Funcionando desde 2002 na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, no bairro Rodolfo Teófilo, a instituição visa contar e relembrar do percurso e da evolução das técnicas de parteiras e médicos ao longo dos anos, jogando luz sobre a reflexão e o entendimento à respeito do nascimento de vidas.
O museu foi fundado pela professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Silvia Bomfim Hyppólito, como homenagem ao colega de magistério Galba Araújo, falecido em 1985. Por entre suas andanças pelo interior cearense, ele havia reunido materiais que auxiliavam a realização dos partos onde a urbanização e a ciência ainda estavam engatinhando de forma precária. Com olhar sensível sobre as coisas do mundo, passou a acumular objetos que poderiam ilustrar o modo como eram praticados os partos nas mais diferentes regiões do Estado.
"Em cada local em que passou, o professor Galba conseguiu extrair o que melhor havia nos procedimentos para realizar o parto", são as palavras de Sílvia Bonfim. Com ajuda de estudantes bolsistas da UFC e muita força de vontade, ela dá destaque aos métodos que coloquem a parturiente como o centro durante os trabalhos de parto. Segundo ela, teria se tornado consenso de que as intervenções médicas seriam as ações que definiriam a realização de um parto como benéfica.
"Na verdade", diz Sílvia, "o médico deve agir, obviamente, nos cuidados com o pré-natal e no momento do parto a mulher deve ser a protagonista". Por isso, o foco no museu pela valorização do parto humanizado, uma vez que o nascimento já seria um fenômeno fisiológico natural. Seguindo o pensamento, a mulher deve seguir seus instintos e necessidades, dispondo de liberdade de movimento e expressão.
Para preparar a chegada de bebês da maneira mais humanizada possível, a também curadora do museu explica que a instituição pode ser visitada por toda a sociedade, mas principalmente por estudantes que pretendem atuar na medicina ou na obstetrícia. Além de abrigar peças, consideradas por ela, "de altíssimo valor econômico e histórico", a entidade disponibiliza a exibição de arquivos midiáticos que proporcionam o entendimento dos alunos de maneira até mais didática.
"Temos estrutura para projetar fotos e vídeos, muitos deles filmados pelo próprio Galba Araújo, com a realização de partos e procedimentos médicos. Isso é interessante porque muitas vezes aqueles grupos grandes de alunos que vêm sequer precisam entrar na sala de trabalho de parto para acompanhar um. Daqui mesmo, de dentro da sala, eles podem assistir, tirar dúvidas e aprender", evidencia.
De todo modo, Sílvia Bonfim alerta ainda que o museu não fica restrito apenas aos futuros médicos, enfermeiros e profissionais da saúde. Quem visitá-lo ficará rodeado de camas e cadeiras especiais, pinças, estetoscópios e uma infinidade de outros instrumentos que compõem o acervo da instituição, "que conta a história a história dos métodos mais rudimentares aos mais atuais que circundam a concepção de vidas.













Serviço

Onde: Rua Coronel Nunes de Melo, s/n - Rodolfo Teófilo.

Quando: Checar disponibilidade

Contato: (85) 3366 8569

Entrada gratuita

Local é acessível para pessoas com dificuldades de locomoção

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Reunião administrativa MEAC

No dia 6 de novembro de 2019, o novo Diretor Assistente da Maternidade Escola Assis Chateaubriand – Universidade Federal do Ceará, Prof. Dr. Francisco Edson de Lucena Feitosa realizou a primeira reunião administrativa de sua gestão. 

Presentes os seguintes gestores: Eveline Campos Monteiro de Castro (Chefe da Neonatologia), Zenilda Vieira Bruno (Direção Médica), Olga Maria Souza da Silva (Chefe do Setor de Gestão de Pessoas), Zeus Peron Barbosa (Chefe da Unidade de Pronto Socorro e Pronto Atendimento) e Raquel Autran Coelho (Chefe da Divisão de Gestão do Cuidado).

I JORNADA DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Realizou-se no período de 25 a 26 de outubro de 2019 no Campus do Porangabussu.  da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, no Auditório Prof. Ronaldo Ribeiro, a I Jornada de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. 
A referida Jornada foi organizada pelo Departamento de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, com a assessoria do Núcleo de Estudos em Pediatria/UFC e da  Liga de Estudos de Ginecologia e Obstetrícia.

A Jornada teve a seguinte programação: 

A Profª Drª Silvia Bomfim Hyppólito, recebeu o seguinte convite:

A Professora Drª Silvia Bomfim Hyppólito, juntamente com o Diretor do DSMCA/UFC, Prof. Dr. Robério Dias Leite deu início aos trabalhos conforme o programado, com a presença na mesa de abertura, dos palestrantes: Professores Zeus Peron Barbosa do Nascimento, José Edson  de Lucena Feitosa, Francisco Herlânio Costa Carvalho e Raquel Autran Coelho.


A seguir, os palestrantes fizeram suas apresentações, conforme a programação: 



Nomeação do novo superintendente

O Prof. Dr. Carlos Augusto Alencar Júnior é o novo superintendente do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh. O gestor foi empossado pelo reitor Universidade Federal do Ceará, Prof. Dr. Cândido Albuquerque no dia 4 de outubro de 2019, em cerimônia que lotou o auditório Paulo Marcelo, da Faculdade de Medicina.



Dr. Carlos Augusto era gerente de Atenção à Saúde da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand e substitui o Prof. Dr. Luciano Moreira na superintendência dos hospitais universitários do Ceará. A cerimônia contou com a presença do presidente da EBSERH , Oswaldo Ferreira; e do Secretário de Saúde do Estado do Ceará,  Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto).

Na oportunidade, o Prof. Luciano Moreira foi homenageado pelo novos, Reitor e Vice-Reitor da UFC, Professores, Candido Albuquerque e José Glauco Lobo.
Depois de empossado, o novo Superintendente da EBSERH/UFC anunciou sua equipe de gerentes: Arnaldo Peixoto (gerente de Atenção à Saúde do HUWC); Edson de  Lucena Feitosa (gerente de Atenção à Saúde da MEAC); Eugenie Desirèe Rabelo Néri (gerente administrativa do Complexo Hospitalar ) e Renan Magalhães Montenegro Júnior  (gerente de Ensino e Pesquisa).
Autoridades presentes à solenidade de posse do novo Superintendente da EBSERH/UFC, Prof. Dr. Carlos Augusto Alencar Junior: José Glauco Lobo Filho (Vice-Reitor da UFC),  João Macedo Coelho Filho (Diretor da FAMED/UFC) Oswaldo Ferreira (Presidente Nacional da EBSERH) , Candido Albuquerque (Magnifico Reitor da UFC e  Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Secretário de Saúde do Estado do Ceará) e José Luciano Bezerra Moreira (ex-Superintendente da EBSERH/UFC).

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Visitação de alunas da UNILAB - 16/08/2019

No dia 16 de agosto de 2019, o Museu do Parto: um tributo a Galba Araújo, recebeu mais uma visita de alunos do Curso de Enfermagem (7º.semestre) da UNILAB, trazidos pela Profa. Camila Chaves da Costa e recepcionados pela Profa. Dra. Silvia Bomfim Hyppólito, da Universidade Federal do Ceará.


Depois da apresentação de sua historia e explicação sobre as peças expostas, a Profa. Silvia Bomfim instou às alunas (todas do sexo feminino, desta feita) a se pronunciarem sobre: A assistência ao parto normal e comentário pessoal sobre o que de mais significativo achou entre as peças do museu.


As respostas foram entregues por escrito, pelas seguintes alunas:

Dagmara Menezes Simeão, Clara Beatriz Costa da Silva, Dote Biaguê, Antonia Ellen de Souza Medeiros e Maria Adriana Martins e Silva.

Em resumo, estas foram suas impressões:

“A assistência ao parto deve ser feita de forma humanizada, respeitando a privacidade e a escolha das posições da parturiente, com a oferta de métodos não farmacológicos para alívio da dor.”

“A mulher precisa se sentir confortável durante o trabalho de parto e deve ter autonomia para escolher a posição que lhe é confortável ao parir, com menos intervenção possível”

“Deve-se compreender o parto como um processo natural e intervenções do profissional assistente devem se limitar às reais necessidades. A parturiente é que é a protagonista no evento”

“A assistência ao Parto Normal não deve padronizada porque cada mulher tem as suas particularidades e respondem aos seus próprios instintos. Portanto, cabe ao assistente o papel de observador, dando apoio quando necessário”

“Um parto bem assistido propicia boas lembranças para toda uma vida, permitindo a vivência de todas as condições de empoderamento e autonomia da parturiente”


“Com a assistência hospitalar ao parto normal, houve a introdução de medicamentos e procedimentos, descaracterizando o evento humanizado, transformando-o em um procedimento cirúrgico”


“É importante que o acadêmico de enfermagem conheça a historia a evolução do processo de assistência ao parto normal do Ceará , visualizando peças utilizadas por parteiras empíricas, algumas réplicas das usadas pelos colonizadores”

“Evidencia-se que as peças usadas hoje na assistência ao parto normal, foram inspiradas naquelas usadas pelas parteiras empíricas, que replicaram o que aprenderam de seus ancestrais”

“Os bancos de parto utilizados, permitem que as mulheres fiquem numa posição ereta, o que facilita a expulsão do feto”.

“Chamam a atenção no museu as antigas banquetas de parto usadas pelas parteiras empíricas, evidenciando que desde muito tem a posição sentada foi a sempre utilizada na hora de parir”

“Chama a atenção a cadeira obstétrica desenvolvida pelo Professor Galba Araújo, para o ensino da assistência ao parto hospitalar na posição vertical (sentada)”.


Relatório de visitas do Blog Museu do Parto

 01/01/2019 - 18/08/2019 Top 10 de cidades e países com maior interação.

 

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Visita dos Alunos de Enfermagem da Faculdade UNILAB

A Profª Drª Silvia Bomfim Hyppólito no dia 18 de julho do ano em curso, recebeu a  professora Drª Camila Chaves e seus alunos de Enfermagem da UNILAB: Ana Beatriz Lima Cavalcante, Flávio Brayan Balbino Silva, Ricarda Rita da Trindade, Luan José Maciel dos Santos e Aline Camurça Mesquista para uma visita guiada ao Museu do Parto: um Tributo a Galba Araújo, onde explicou sobre a importância do acervo exposto e a história de sua criação.


segunda-feira, 15 de julho de 2019

Tribo Kambeba

Esta é Babá , Índia parteira da tribo Kambeba, responsável pela assistência dos, cerca de 50, partos de seu povo. Entrevistada pela Profª Drª Sílvia Bomfim Hyppolito, que esteve recentemente em visita à ilha Amazona, no Rio Solimões, onde fica a aldeia indígena.

Beatriz Hyppolito da Justa, neta da Profª Sílvia, é aluna do quarto semestre de Medicina, também vivenciou e registrou a experiência.

Relatório de visitas do Blog Museu do Parto

01/01/2019 - 14/07/2019 Top 10 de cidades e países com maior interação.


segunda-feira, 17 de junho de 2019

O PARTO DOMICILIAR E A PARTEIRA EMPÍRICA

             A geração dos anos 40 talvez tenha sido a última que nasceu em domicílio, com a ajuda de parteiras empíricas. O parto hospitalar já acontecia, no entanto, a assistência médica só ocorria nos eventos em que houvesse obstrução do trabalho de parto ou a incidência de problemas que requisitasse uma intervenção cirúrgica.
            O jornal O Povo, em sua edição de 20 de março de 1941, publicou uma reportagem com a entrevista de Da. Glorinha Pestana da Ponte que, naquela data, havia completado um quarto de século de assistência obstétrica domiciliar.
            Por uma feliz coincidência, Dona Glorinha foi a responsável pela assistência ao parto normal no dia 10 de janeiro de 1941, da Srª Gisela Targino Bomfim, genitora da curadora do Museu do Parto: um tributo a Galba Araujo, Profª Drª. Silvia Bomfim Hyppólito. Isto ocorreu, precisamente, à Rua Princesa Isabel no. 718, no bairro Jacarecanga, casa que ainda hoje está preservada, mesmo com modificações.
       Recentemente foi publicada uma reportagem em que Amadeu filho entrevista a Parteira Edite no município de Quixadá, e escreve: “Conhecendo um pouco da trajetória de Edite, é possível despertar a necessidade de um estudo aprofundado dessas grandes mulheres. Elas não tiveram oportunidade de estudar o quanto os médicos estudaram. Mas, com certeza, faculdade nenhuma do mundo teriam lhe ensinado tanto amor e tanta humanidade para com as pessoas que delas precisaram.”
Referências:http://revistacentral.com.br/coluna-amadeu-filho-parteira-edite-muitos-quixadaenses-vieram-ao-mundo-pelas-suas-maos/

terça-feira, 30 de abril de 2019

Educar para prevenir

Nem sempre se conversa sobre sexualidade como se deveria. Para especialistas, mais explicações podem ajudar a tomar decisões conscientes e identificar violências. Outros grupos defendem a discussão só na seara familiar.

Por Gabriela Custódio

O grande número de alunas grávidas em 2018 alertou a equipe da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Lions Jangada, no bairro Cristo Redentor, em Fortaleza, para a necessidade de falar sobre sexualidade com os estudantes. Foi assim que o professor de Educação Física Marcos Aurélio resolveu propor a disciplina eletiva de Educação Sexual, implementada em 2019.
As 30 vagas disponibilizadas — cinco a mais do que normalmente é ofertado — não foram suficientes para suprir a demanda e há lista de espera. "O que eu vi com esse grupo de pessoas é que tem muita informação, mas faltam explicações", afirma o professor. Com a falta de conversa sobre o tema inclusive com os pais, segundo ele, os jovens acabam aprendendo "da maneira mais difícil", por meio da experiência.
Entre os conteúdos abordados em sala, o professor aponta Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e prevenções. "Ninguém está fazendo apologia a sexo aqui, muito menos incentivando esse pessoal à prática", defende. Adriana Amaro, coordenadora da Lions Jangada, explica que há reunião no início do ano em que o leque de disciplinas eletivas é apresentado aos pais e responsáveis. Antes da eletiva, o assunto era tratado no Núcleo de Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais (NTPPS).
Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de gravidez na adolescência, no Brasil, é de 68,4 nascimentos para cada mil meninas de 15 a 19 anos. A taxa mundial é estimada em 46 e em países como os Estados Unidos, o índice é de 22,3. Analisando o período de 2010 a 2015, o documento aponta a falta de educação sexual como um fator determinante para a gravidez em adolescentes na América Latina e no Caribe.
Outro índice de destaque no país, no que tange à sexualidade, é o aumento da detecção do HIV entre jovens. Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2018, do Ministério da Saúde (MS), o número de notificações de casos de HIV aumentou aproximadamente 700% entre pessoas entre 15 e 24 anos, de 2007 a 2017.
Sexualidade, porém, ainda é um assunto repleto de tabus e há controvérsias sobre como ele deve ser tratado com os jovens. Pesquisa do Instituto Datafolha publicada em janeiro deste ano aponta que 54% das 2.077 pessoas ouvidas em todo o país se diz favorável à educação sexual nas escolas.
Por outro lado, apoiadores do programa Escola Sem Partido opõem-se, por exemplo, à discussão sobre gênero. Contrário à "doutrinação política e ideológica nas escolas", o PL 246/2019 traz seis deveres do professor que deverão ser expostos em cartazes nas instituições, além de outros pontos.
Iniciativas semelhantes ao Escola Sem Partido e avessas à "ideologia de gênero" estão presentes em outros países na América Latina. O Con Mis Hijos No Te Metas ("não se meta com meus filhos", em português) surgiu no Peru, em 2016, e organizações com o mesmo nome estão presentes em países como Chile, Argentina, Paraguai e Equador, por exemplo.
Para a pedagoga e doutora em Educação Vera Marques, coordenadora do Laboratório Educação e Sexualidade (Labedusex) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), há uma "confusão" sobre o significado de sexualidade, o que leva à redução dela — e por consequência da educação sexual — ao ato sexual. De acordo com a pedagoga, o trabalho de educação sexual "é amplo, envolve sentimentos, valores, ciência" e a sexualidade contempla aspectos cotidianos que vão além do sexo.
Tema transversal, ela é vivenciada desde o primeiro choro, ao nascer. "A nosso ver, no Laboratório, esse é o grande dilema da humanidade: não entender que, sendo a sexualidade uma dimensão humana, ela diz respeito a tudo que nós somos e fazemos o tempo todo. Inclusive ao ato sexual, que, no entanto, pressupõe uma idade adequada, pressupõe outras orientações", afirma a pedagoga.
Em meio a discussões sobre a sexualidade ser assunto tratado apenas pelas famílias, Vera Marques argumenta que elas têm dificuldade de tratar sobre o tema, independentemente do acesso ao conhecimento. "A escola e a universidade contribuem no alargamento dessas percepções que vêm desse primeiro grupo social que é a família por meio do conhecimento científico." Porém, a pedagoga defende que a instituição convide pais e responsáveis para o debate.
Homero Henrique de Souza, assessor pedagógico da Equipe de Educação, Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade (EDHGS) da Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), concorda sobre a parceria. "Nem essa formação do indivíduo pode ficar só a cargo da família — impossível, ainda mais agora com as escolas de tempo integral, em que os estudantes passam a maior parte do tempo no cotidiano da escola — e nem pode ficar só a cargo da escola", afirma.
Espaço para discussão
O tema também é discutido no Colégio Batista, que anualmente realiza a Jornada da Educação Sexual durante a semana cultural. Alunos entre o 8º ano do Ensino Fundamental e a 1ª série do Ensino Médio participam de debates e têm acesso a informações sobre temas como anatomia e fisiologia, ISTs, violência sexual, assédio e gravidez precoce. Também são trabalhados aspectos como respeito e responsabilidade com o corpo e com as decisões tomadas em relação à vida sexual.
"Entendemos que sexualidade faz parte da vida, então não tem como a escola se omitir ou não trazer essa discussão para dentro e discutir isso com os alunos", afirma Shirley Oliveira, assessora pedagógica do colégio. A recepção dos pais à iniciativa é sempre positiva. "Nunca tivemos problema, até porque respeitamos muito a orientação da família. A escola dá uma orientação voltada para essas questões biológica, sociológica e psicológica, mas a orientação sexual que a família vai dar para o filho é prioritária."
Importância do tema
Por a sexualidade ser um aspecto presente durante toda a vida e ser um tema transversal, Vera Marques afirma que o processo educativo pode acontecer em aspectos cotidianos, a partir de perguntas das crianças ou de atividades como leitura de contos infantis. A pedagoga explica que ela envolve sentimentos e valores e pressupõe ética e respeito consigo e com o outro. "Essas questões têm que ser trabalhadas junto com o conhecimento científico que é produzido acerca da sexualidade."
Vera Marques defende a educação sexual como forma de as pessoas fazerem escolhas com consciência e responsabilidade, além de apontar seu caráter preventivo. "Quando uma criança, desde muito pequena, é alertada por meio da literatura infantojuvenil, de uma conversa franca da escola, dos pais, isso é uma forma também de prevenir por exemplo a violência sexual."
De acordo com dados do Ministério da Saúde de junho de 2018, entre 2011 e 2017, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 184.524 casos de violência sexual, sendo 31,5% (58.037) deles contra crianças e 45% (83.068) contra adolescentes. Dentre os casos, 69,2% (40.154) ocorreram em casa e 4,6% (2.656), na escola.
Segundo Homero Henrique de Souza, ignorar esses assuntos tem impacto tanto na formação de estudantes quanto no acolhimento a vítimas, que muitas vezes abandonam a escola. "O foco principal da Secretaria é garantir essa escola com mais espaço de inclusão, de reconhecimento e valorização da diversidade. Acreditamos que isso só é possível se desconstruirmos as situações que alimentam o preconceito, a discriminação, o bullying."
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para turmas de 5ª a 8ª série, indicam "problemáticas sociais atuais e urgentes" a serem abordadas transversalmente às áreas do conhecimento. Uma delas é a orientação sexual — termo apontado como sinônimo de educação sexual —, além de ética, meio ambiente, saúde e trabalho, pluralidade cultural e consumo. Os parâmetros são um apoio para técnicos, professores e equipes pedagógicas, além de pais e responsáveis.
Trabalhando há cerca de 20 anos com o tema, porém, a coordenadora do Labedusex considera que tratá-lo de forma transversal não tem surtido efeito. "Na maioria dos casos, o que é tomado como transversal pressupõe-se que é responsabilidade de todos. E historicamente temos acompanhado que aquilo que é de todos acaba não sendo de ninguém", afirma. Tanto em faculdades quanto nas escolas, ela defende que haja espaço específico para debate.
O acesso a serviços e informações sobre saúde sexual também está previsto entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), declaração produzida em 2015 a partir da Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável para orientar políticas nacionais e atividades de cooperação internacional. Segundo o item 3.7 do documento, até 2030 deve ser assegurado "o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais".
PARA TESTAR CONHECIMENTOS
Para levar informações a alunos da rede pública de forma dinâmica, alunos de Medicina da UFC participantes da Liga de Estudos em Ginecologia e Obstetrícia (Lego) desenvolveram o projeto "Lego nas escolas quebrando o tabu da educação sexual". Sob orientação da professora e ginecologista Raquel Autran Coelho, os alunos desenvolvem uma atividade com alunos do ensino médio de escolas da rede pública, de 14 a 18 anos. A partir das principais demandas, os participantes da Lego desenvolveram um quiz para testar conhecimentos e tirar dúvidas sobre ISTs, prevenção e outros assuntos. 
Matéria na íntegra com quiz clicando aqui.
Matéria retirada de O povo online.