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segunda-feira, 27 de julho de 2020
domingo, 26 de julho de 2020
Medicina alternativa das parteiras e rezadeiras: uma revisão de bibliografia
Ana Elisa Biesek Leite
INTRODUÇÃO
Em cada pedaço de chão do interior do nosso Brasil existem homens e mulheres que são curadores, que aplicam a sabedoria ancestral, em chás de ervas, banhos e benzimentos, com rezas e cantos, e com essas práticas conseguem minorar muitos dos males que atingem os que o consultam. Assim, são essas pessoas, que têm suprido a falta de atendimento médico em localidades remotas. As rezadeiras são líderes naturais nas comunidades onde vivem. São
respeitadas, principalmente pelas mães que, na maioria das vezes, optam por
suas rezas para curar os filhos das doenças. Comum recorrer à flora sertaneja
para fazer lambedores, purgantes, emplastros, pomadas e garrafadas,
acompanhadas de gestos e orações, rezas, benditos, novenas, ofícios, terços,
rosários, entre outros recursos de cunho religioso. Entre as diversas funções
que essas pessoas desempenham, está o parto, o qual ocorre em casa, desde muito
tempo, até hoje, principalmente por pessoas com uma condição social mais baixa
e que vivem em locais mais afastados, como no interior dos estados. Dr. José
Galba Araújo fala sobre a importância das parteiras e rezadeiras nesses
interiores, justificada pela precária assistência a saúde. Ele realizou um
trabalho no interior do Ceará, com a ajuda da Maternidade Escola Assis
Chateubriand, que tinha o objetivo de auxiliar no conhecimento dessas mulheres,
para elas saberem diferenciar quando o parto ou o recém nascido precisava de
cuidados hospitalares e, quando podiam realizar os procedimentos e rituais sem
interferência externa. Do mesmo modo em que auxiliaram as parteiras, também
houve um trabalho com as rezadeiras para saberem o que deveria ser feito com
aquelas crianças que estavam tendo algum problema de saúde, já que essas eram
as que primeiro iam ser procuradas pelos pais. Foi aí que introduziram a ideia
de reidratação oral, também incluída no trabalho da Dra. Zilda Arns em 1983,
ajudando a salvar diversas crianças da desidratação, que era uma das maiores
causas de morte infantil na época.
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