quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Projeto Museu do Parto

Universidade Federal do Ceará – Faculdade de Medicina
Projeto Museu do Parto: Um Tributo ao Professor Galba Araújo
Proposta de Atividade
Autora: Silvia Bomfim Hyppolito

Introdução

O ato de parir tornou-se institucionalizado, de modo mais significativo, por volta do século XX, com avanços nos campos da cirurgia, assepsia, anestesia, hemoterapia e antibioticoterapia. O domínio de novas técnicas aumentou as possibilidades de intervenção, ficando a cesariana a “melhor” opção de resolução da gestação. Desde então, tem-se aprimorado práticas para iniciar, acelerar, adequar ou monitorizar o processo fisiológico do trabalho de parto, o que tende a transformá-lo em um procedimento médico/cirúrgico que diminui a oportunidade das gestantes de vivenciar plenamente o momento do nascimento de seu filho e propicia a prática de intervenções desnecessárias. Assim, a parturição passou a ser visto como ato patológico, para o qual é privilegiada a técnica medicalizada e despersonalizada, prejudicando o estímulo e apoio à parturiente.
Para defender tal caráter fisiológico, surgiu o processo de humanização do parto, que faz referência a um conjunto de condutas que objetiva promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. O parto humanizado defende um acompanhamento com um mínimo de intervenção, porém com condições estruturais para identificação e prevenção precoce de complicações e situações de risco, permitindo atuação imediata, adequada e eficaz.
Com a finalidade de tranqüilizar a gestante e proporcionar maior bem-estar à mulher e ao neonato, são praticadas algumas estratégias, como alojamento conjunto, incentivo ao aleitamento materno ainda em sala de parto, presença de familiares ou acompanhante nas salas de pré-parto, maior privacidade durante o trabalho de parto, a escolha do tipo de parto e a liberdade de posição. Certos procedimentos, dentre eles enemas, tricotomias, amniotomia e abolição do uso de rotina da episiotomia e da indução do parto, são desencorajados por provocar desconforto e não apresentar maiores benefícios.
Diante do exposto, percebe-se a grande importância do incentivo ao processo de humanização, assim como da difusão de informações sobre parto humanizado às gestantes, a fim de que sejam cumpridos seus direitos.
O Projeto Museu do Parto – Um Tributo ao Professor Galba Araújo vem desenvolvendo desde 2002 atividades de preservação, documentação, pesquisa, exposição e ação educativa a fim de preservar e comunicar à sociedade cearense, em especial, ao público da área médica todos os procedimentos e técnicas do parto, bem como os equipamentos e aparatos utilizados. Além disso, no referido museu são oferecidos vídeos e folders contendo demonstrações de técnicas de parto humanizado e informações sobre o trabalho desenvolvido pelo Professor Galba Araújo. O Museu do parto está aberto à visitação púbica por bolsista, que o faz semanalmente.

Proposta

Pretende-se desenvolver uma exposição fotográfica, retratando imagens de mães com seus filhos recém-nascidos que foram atendidos na Maternidade Escola Assis Chateubriand. Essa exposição será apresentada no Museu do Parto, com objetivo de apresentar aos visitantes, funcionários da maternidade e pacientes a vivência do parto humanizado, mostrando fotos do primeiro contato entre mãe e filho. Durante a exposição, será esclarecido aos visitantes o funcionamento das salas de parto humanizado da MEAC, como tambem os instrumentos e aparatos utilizados.

Métodos

Serão expostas, no Museu do Parto, fotografias de mães e seus filhos nas enfermarias da MEAC, além de fotografias das salas de parto humanizado. Para aquisição das fotos, as mães assinarão Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, permitindo a sua participação na Exposição. Pretende-se realizar a Exposição fotográfica do Museu do Parto nos dias 29 e 30 de novembro de 2010 das 12h às 14h.


Referências

OLIVEIRA, Zuleyce Maria Lessa Pacheco de; MADEIRA, Anézia Moreira Faria. Vivenciando o parto humanizado: um estudo fenomenológico sob a ótica de adolescentes. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2002, vol.36, n.2, pp. 133-140. ISSN 0080-6234.

DINIZ, Carmen Simone Grilo. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2005, vol.10, n.3, pp. 627-637. ISSN 1413-8123.

CASTRO, Jamile Claro de; CLAPIS, Maria José. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2005, vol.13, n.6, pp. 960-967. ISSN 0104-1169.

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