A humanização que coloca a mulher no centro das atenções no Museu do Parto.
O Museu do Parto foi fundado conta e relembra o percurso e evolução das técnicas de parteiras e médicos ao longo dos anos, jogando luz sobre a reflexão e o entendimento à respeito do nascimento de vidas. Instituição foi fundada em 2002 e desde então funciona na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, no bairro Rodolfo Teófilo.
Por Wanderson Trindade (Reportagem) e Fred Souza (Concepção e pesquisa).
Pendurados por cordas, expostos em quadros ou presentes
apenas em fotos e vídeos, inúmeros utensílios estão espremidos, mas bem
distribuídos, pelos chão, teto e paredes da pequena sala que acomoda o
Museu do Parto. Funcionando desde 2002 na Maternidade Escola Assis
Chateaubriand, no bairro Rodolfo Teófilo, a instituição visa contar e
relembrar do percurso e da evolução das técnicas de parteiras e médicos
ao longo dos anos, jogando luz sobre a reflexão e o entendimento à
respeito do nascimento de vidas.
O museu foi fundado pela professora da Universidade
Federal do Ceará (UFC) Silvia Bomfim Hyppólito, como homenagem ao colega
de magistério Galba Araújo, falecido em 1985. Por entre suas andanças
pelo interior cearense, ele havia reunido materiais que auxiliavam a
realização dos partos onde a urbanização e a ciência ainda estavam
engatinhando de forma precária. Com olhar sensível sobre as coisas do
mundo, passou a acumular objetos que poderiam ilustrar o modo como eram
praticados os partos nas mais diferentes regiões do Estado.
"Em cada local em que passou, o professor Galba
conseguiu extrair o que melhor havia nos procedimentos para realizar o
parto", são as palavras de Sílvia Bonfim. Com ajuda de estudantes
bolsistas da UFC e muita força de vontade, ela dá destaque aos métodos
que coloquem a parturiente como o centro durante os trabalhos de parto.
Segundo ela, teria se tornado consenso de que as intervenções médicas
seriam as ações que definiriam a realização de um parto como benéfica.
"Na verdade", diz Sílvia, "o médico deve agir,
obviamente, nos cuidados com o pré-natal e no momento do parto a mulher
deve ser a protagonista". Por isso, o foco no museu pela valorização do
parto humanizado, uma vez que o nascimento já seria um fenômeno
fisiológico natural. Seguindo o pensamento, a mulher deve seguir seus
instintos e necessidades, dispondo de liberdade de movimento e
expressão.
Para preparar a chegada de bebês da maneira mais
humanizada possível, a também curadora do museu explica que a
instituição pode ser visitada por toda a sociedade, mas principalmente
por estudantes que pretendem atuar na medicina ou na obstetrícia. Além
de abrigar peças, consideradas por ela, "de altíssimo valor econômico e
histórico", a entidade disponibiliza a exibição de arquivos midiáticos
que proporcionam o entendimento dos alunos de maneira até mais didática.
"Temos estrutura para projetar fotos e vídeos, muitos
deles filmados pelo próprio Galba Araújo, com a realização de partos e
procedimentos médicos. Isso é interessante porque muitas vezes aqueles
grupos grandes de alunos que vêm sequer precisam entrar na sala de
trabalho de parto para acompanhar um. Daqui mesmo, de dentro da sala,
eles podem assistir, tirar dúvidas e aprender", evidencia.
De todo modo, Sílvia Bonfim alerta ainda que o museu
não fica restrito apenas aos futuros médicos, enfermeiros e
profissionais da saúde. Quem visitá-lo ficará rodeado de camas e
cadeiras especiais, pinças, estetoscópios e uma infinidade de outros
instrumentos que compõem o acervo da instituição, "que conta a história a
história dos métodos mais rudimentares aos mais atuais que circundam a
concepção de vidas.
Serviço
Onde: Rua Coronel Nunes de Melo, s/n - Rodolfo Teófilo.
Quando: Checar disponibilidade
Contato: (85) 3366 8569
Entrada gratuita
Local é acessível para pessoas com dificuldades de locomoção
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