terça-feira, 26 de novembro de 2019

Reportagem especial do Jornal O Povo do dia 22 de novembro de 2019

A humanização que coloca a mulher no centro das atenções no Museu do Parto.

O Museu do Parto foi fundado conta e relembra o percurso e evolução das técnicas de parteiras e médicos ao longo dos anos, jogando luz sobre a reflexão e o entendimento à respeito do nascimento de vidas. Instituição foi fundada em 2002 e desde então funciona na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, no bairro Rodolfo Teófilo.

Por Wanderson Trindade (Reportagem) e Fred Souza (Concepção e pesquisa).



Pendurados por cordas, expostos em quadros ou presentes apenas em fotos e vídeos, inúmeros utensílios estão espremidos, mas bem distribuídos, pelos chão, teto e paredes da pequena sala que acomoda o Museu do Parto. Funcionando desde 2002 na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, no bairro Rodolfo Teófilo, a instituição visa contar e relembrar do percurso e da evolução das técnicas de parteiras e médicos ao longo dos anos, jogando luz sobre a reflexão e o entendimento à respeito do nascimento de vidas.
O museu foi fundado pela professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Silvia Bomfim Hyppólito, como homenagem ao colega de magistério Galba Araújo, falecido em 1985. Por entre suas andanças pelo interior cearense, ele havia reunido materiais que auxiliavam a realização dos partos onde a urbanização e a ciência ainda estavam engatinhando de forma precária. Com olhar sensível sobre as coisas do mundo, passou a acumular objetos que poderiam ilustrar o modo como eram praticados os partos nas mais diferentes regiões do Estado.
"Em cada local em que passou, o professor Galba conseguiu extrair o que melhor havia nos procedimentos para realizar o parto", são as palavras de Sílvia Bonfim. Com ajuda de estudantes bolsistas da UFC e muita força de vontade, ela dá destaque aos métodos que coloquem a parturiente como o centro durante os trabalhos de parto. Segundo ela, teria se tornado consenso de que as intervenções médicas seriam as ações que definiriam a realização de um parto como benéfica.
"Na verdade", diz Sílvia, "o médico deve agir, obviamente, nos cuidados com o pré-natal e no momento do parto a mulher deve ser a protagonista". Por isso, o foco no museu pela valorização do parto humanizado, uma vez que o nascimento já seria um fenômeno fisiológico natural. Seguindo o pensamento, a mulher deve seguir seus instintos e necessidades, dispondo de liberdade de movimento e expressão.
Para preparar a chegada de bebês da maneira mais humanizada possível, a também curadora do museu explica que a instituição pode ser visitada por toda a sociedade, mas principalmente por estudantes que pretendem atuar na medicina ou na obstetrícia. Além de abrigar peças, consideradas por ela, "de altíssimo valor econômico e histórico", a entidade disponibiliza a exibição de arquivos midiáticos que proporcionam o entendimento dos alunos de maneira até mais didática.
"Temos estrutura para projetar fotos e vídeos, muitos deles filmados pelo próprio Galba Araújo, com a realização de partos e procedimentos médicos. Isso é interessante porque muitas vezes aqueles grupos grandes de alunos que vêm sequer precisam entrar na sala de trabalho de parto para acompanhar um. Daqui mesmo, de dentro da sala, eles podem assistir, tirar dúvidas e aprender", evidencia.
De todo modo, Sílvia Bonfim alerta ainda que o museu não fica restrito apenas aos futuros médicos, enfermeiros e profissionais da saúde. Quem visitá-lo ficará rodeado de camas e cadeiras especiais, pinças, estetoscópios e uma infinidade de outros instrumentos que compõem o acervo da instituição, "que conta a história a história dos métodos mais rudimentares aos mais atuais que circundam a concepção de vidas.













Serviço

Onde: Rua Coronel Nunes de Melo, s/n - Rodolfo Teófilo.

Quando: Checar disponibilidade

Contato: (85) 3366 8569

Entrada gratuita

Local é acessível para pessoas com dificuldades de locomoção

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