O bolsista de extensão do Museu do Parto: um tributo a Galba Araújo, Haniel Ferreira de Paiva fez uma análise das consequências da subespecialização da Medicina, a cada dia mais crescente, que merece uma leitura e comentários, de nossos seguidores.
Problemas da subespecialização em medicina
A especialização do trabalho foi um movimento que teve um crescimento vertiginoso no final do século XIX e início do século XX, quando o pai da Administração Científica, Frederick Winslow Taylor, começou a defender que altíssimos níveis de especialização e padronização seriam ótimos meios de elevar a eficiência. Esse movimento, somado às diversas descobertas e avanços científicos seguidos, fez com que quase todas as áreas de formação superior aderissem a alguma forma de especialização.
Um dos problemas mais comuns de subespecializações é a alienação sobre a dimensão total do trabalho. Isso pode ser visto em especialidades que lidam com um público maior, como a ginecologia e obstetrícia, onde o especialista tem que ter uma visão bem mais generalista da mulher, estando atento para a paciente em sua totalidade. Pois, se estiver alienado sobre o básico das diversas áreas médicas não vai conseguir guiar sua paciente para o melhor caminho possível, ou até encaminhá-la para outro especialista que efetivamente trabalhe sua necessidade específica. Também atrapalha a interdisciplinaridade, pois limita seu escopo de visão. Um exemplo é a relação atual entre psiquiatras e psicólogos, grande parte dos tratamentos psiquiátricos requerem um acompanhamento psicológico conjunto. Contudo, pouca comunicação há entre as partes na maioria dos casos, o que pode potencialmente acarretar perdas no processo de cuidado.
Outro aspecto é a concepção ontológica da doença, sendo essa a visão da doença de forma independente, como um ser de existência a parte do paciente. Isso se deu, pois, com a subdivisão crescente das áreas médicas e das produções científicas associadas, a doença acabou tomando um papel de maior protagonismo no estudo médico. Logo, isso acaba trazendo uma impessoalidade para o paciente, com ele não sendo mais o foco do tratamento, o que se tornou mais um empecilho para estabelecer o vínculo de confiança médico-paciente, fundamental no processo de cuidado.
Aspectos negativos também são vistos diretamente na formação médica. Boa parte dos cursos de medicina brasileiros ainda seguem um modelo predominantemente de fragmentação das especialidades, com bases claras no Relatório Flexner, um relatório histórico de educação médica nos Estados Unidos e no Canadá, escrito por Abraham Flexner e publicado em 1910. Tal relatório traz uma visão de mais de um século atrás, pré-grandes guerras e revolução tecnológica, trazendo uma ideia mecanicista para a formação médica. No cenário brasileiro essa ideia se torna ainda mais danosa, tendo em vista que boa parte do auxílio à população é dado pela Atenção Primária à Saúde, pois essa é a base das operações do SUS. Para tanto, os médicos generalistas precisam ter uma visão muito mais abrangente do paciente, conectando conhecimentos médicos de especialidades distintas, e tendo a já citada visão do paciente como objeto do cuidado, e não a doença. Um fato que reforça essa percepção é que a maioria dos hospitais universitários no país são classificados como atenção terciária, o que acaba trazendo casos mais específicos e menos comuns para a vivência dos formandos.
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